O crime ocorreu no dia 18 de janeiro em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil
Réu pelo assassinato de um casal em Cuiabá, o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do ex-deputado Carlos Bezerra (MDB), pediu à Justiça para ficar em prisão domiciliar. A defesa alegou que ele tem diabetes e está “acometido por enfermidade grave”.
O pedido foi encaminho nesta terça-feira (22) à Justiça e deverá ser analisado pela juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher de Cuiabá.
O Ministério Público do Estado, por meio do promotor de Justiça Jaime Romaquelli, se manifestou pelo indeferimento do pedido.
Carlos Alberto é réu pelo assassinato da ex-namorada, a servidora pública Thays Machado, e do namorado dela, William Cesar Moreno, em 18 de janeiro no Bairro Consil, em Cuiabá. Por conta disso, a Justiça determinou que ele vá a júri popular, ainda sem data marcada
De acordo com Jaime Romaquelli, apesar de o empresário alegar ter “enfermidade grave”, a legislação permite que haja a substituição da prisão apenas quando o réu está “extremamente debilitado”, o que não é o caso.
“Não havendo comprovação de que Carlos esteja em situação ‘extremamente grave’. […] Ao contrário disso, o que se tem nos autos principais é a informação de que a doença de que o requerente é portador (diabetes) é preexistente aos crimes cometidos, e não vinha impondo nenhuma restrição aos atos de sua vida civil”, disse o promotor.
“Ademais, se realmente o requerente Carlos Alberto estiver realmente acometido por enfermidade grave, no caso diabetes tipo 2, o estabelecimento prisional possui médicos que viabilizarão tratamento adequado”.
Segundo o promotor de Justiça, a soltura do empresário – ainda que seja para sua casa – abriria margem para beneficiar outras pessoas que cometessem crimes do mesmo tipo, sem medo de eventuais penalizações.
“A sua soltura, mesmo que travestida de ‘prisão domiciliar”, abalará frontalmente a ordem pública servindo de autorização para outros que tem em mente cometer crimes dessa natureza ajam sem qualquer temor. A continuidade da prisão continua se justificar pelos exatos pressupostos e fundamentos pelos quais foi decretada”.
Crime “frio” e “detalhadamente planejado”
Romaquelli ainda apontou que o duplo homicídio praticado por Carlos Bezerra foi praticado de maneira “fria” e foi “detalhadamente planejado”. De modo que o promotor sugere que o crime possa ter sido encorajado pela “esperança” de não ser detido por conta da doença.
“Cumpre lembrar que o requerente cometeu crimes de elevadíssima gravidade, agindo de forma fria e detalhadamente planejada. É bastante provável que antes mesmo de cometer os crimes tenha levado em consideração o seu estado de saúde (portador de diabetes simples) como meio de encorajamento, na esperança de vir a ser beneficiário de prisão domiciliar e nenhuma pena viria a cumprir”, disse o promotor.
O crime
Os assassinatos ocorreram em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil, no dia 18 de janeiro.
Thays Machado e seu namorado, Willian Moreno, foram até o edifício, onde mora a mãe da advogada, para deixar um veículo na garagem.
Ao sair na portaria para aguardar a chegada de um veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidas pelo assassino, que conduzia um Renault Kwid, e passou a fazer os disparos contra o casal, que morreu ainda no local.
Thays foi atingida por três disparos, sendo dois nas costas e um na altura do quadril. Willian foi atingido com três disparos no peito e um no braço.
Bezerra foi preso horas depois do crime e confessou à Polícia ter cometido os assassinatos. Ele namorou Thays por dez anos, até ser rejeitado.
A Justiça de Mato Grosso determinou que Carlinhos vá a júri popular pelo duplo homicídio.
A decisão é da juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da Primeira Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
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Fonte: midianews.com.br