Após novo empate e uma atuação abaixo do esperado pelo elenco que tem, o técnico Vítor Pereira, do Corinthians, concedeu entrevista coletiva e foi mais direto que em outros momentos. O português avaliou o jogo contra o América-MG e também falou sobre a semana de trabalho que terá pela frente, já que o próximo adversário só será no sábado seguinte.
“Uma sequência dura de jogos, isto é um acumulado que vem… São vários jogos que jogamos de três em três dias, complicados. Este Campeonato não é fácil, as equipes e os jogadores têm qualidades, jogam de formas diferentes e hoje (domingo) apanhamos uma equipe que nos exigia uma dinâmica mais forte e que nos exigia abrir os espaços, que sempre tivemos dificuldades em dar resposta ao jogo do adversário. Não tenho problema nenhum de admitir que nosso jogo não foi bom”, iniciou ele.
“Quero reforçar o espírito de equipe na parte final do jogo, que só com a união do grupo é possível, conseguimos chegar ao empate. Portanto, enaltecer isso, não foi por falta de entrega, foi por dificuldades na dinâmica. Hoje teríamos que estar bem frescos, zerados, com dinâmica muito forte para conseguir os três pontos. Esta será uma semana para analisar os jogos, as dificuldades que tivemos, recuperar os jogadores e a nossa dinâmica defensiva e ofensiva”, complementou.
Sobre a queda na tabela – o Timão agora é o terceiro colocado, atrás de Palmeiras e Atlético-MG -, o treinador falou sobre as expectativas para a temporada.
“Eu vejo é que temos que melhorar sempre o nosso nível. Se continuarmos unidos, se não perdermos a confiança, que é fundamental, em nós próprios, no grupo, se nós continuarmos a trabalhar, vamos evoluir. Eles vão ganhar mais maturidade e nós vamos… Não consigo fazer previsões, não faço a mínima ideia se, a oito rodadas, vamos disputar no grupo da frente ou perder a capacidade. Não consigo planejar futuro, não tenho bola de cristal. Acredito no meu trabalho”.
O próximo compromisso do Corinthians será apenas no sábado, contra o Atlético-GO, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia, a partir das 20h30 (de Brasília). Já o América-MG recebe o Cuiabá no mesmo dia, mas um pouco mais cedo, às 16h30 (de Brasília).
Veja outros trechos da coletiva de Vítor Pereira:
Empates consecutivos
“Um empate no Boca não foi negativo, em termos de resultado. Depois, o empate com o Internacional também não foi negativo. Não é humanamente possível ganhar todos os jogos. Não temos elenco (para ganhar todos). Temos um bom elenco, com bons jogadores, temos tentado dar resposta nesta sequência. Contra o Always Ready, digo claramente que foi um resultado negativo. Criamos três chances claras de gol, faltou eficácia. Tivemos mais do que o suficiente para ganhar o jogo, mas não aconteceu. Criamos muitas situações, tivemos muita dinâmica. Contra o Internacional, foi muito difícil. Cada ponto fora, neste Campeonato, não é um resultado (ruim), desde que se ganhe em casa. Contra o São Paulo, é uma equipe que vai bater conosco (de frente) em casa ou fora. Primeiro tempo é do São Paulo e o segundo mais nosso. A sequência de jogos, nós não temos soluções em quantidade e qualidade que nos permita ganhar os jogos todos. Hoje precisávamos de uma dinâmica mais forte, estar mais frescos… Esta é a grande dificuldade deste campeonato. Algumas mudanças tivemos que improvisar, sem lateral, tirou um pouco de qualidade, como já expliquei, sem problemas de falar sobre isso. Agora é aproveitar essa semana de trabalho, é uma coisa que não acontece, aproveitar para recuperar os jogadores lesionados, que são importantes, que nos acrescentaria. Melhorar nossa dinâmica para voltar a ganhar os jogos”.
Montagem do elenco
“Eu, quando aceitei o convite do Corinthians, aceitei o elenco do Corinthians, aceitei o desafio. Não é o elenco perfeito, é um elenco que, quando temos três ou quatro lesionados… Eles acrescentam mais ao jogo. São de qualidade, se são castigados com entradas violentas, se elas não forem punidas com cartões vermelhos, os meus jogadores estarão muitas vezes fora. Willian é castigado sempre. Nós sabemos, no clube, que o Willian em determinadas posições. Temos que olhar para a realidade do clube, fazer uma análise e, daqui a algum tempo, tentar pontualmente reforçar uma ou outra posição, se for possível. Se não for, é recuperar os lesionados e continuar a evolução dos garotos da base. (Emprestados) Temos que também olhar para eles, todas as possibilidades”.
Sistema 4-3-3
“Nós começamos a dinamizar o nosso 4-3-3, depois perdemos o Fagner, o Rafael (Ramos) teve aquele problema. Tivemos algumas dificuldades com determinados adversários e consideramos um sistema alternativa. No pouco tempo que tínhamos, dinamizamos o sistema alternativo. Essa alternância nos permitiu garantir pontos e ganhar jogos e afetou um pouco a dinâmica do 4-3-3”.
Não entendimento de variações
“Eu provavelmente não estou me fazendo entender. Nós começamos a ter algumas dificuldades do ponto de vista ofensivo no 4-3-3, o adversário saía com alguma facilidade e nos obrigava a correr muitos metros para trás. Trabalhar no outro sistema foi trabalhar nas nossas dificuldades. O que a dinâmica do 4-3-3 e do 3-4-3 é diferente, a cultura talvez precise de mais maturação, mais tempo de trabalho (para entender). Nós temos dificuldade de fazer isso, até por causa da ausência de lateral. O que quero dizer é que essa alternância nos retirou um pouco a dinâmica do 4-3-3, tendo consciência disso, teremos que voltar outra vez a insistir mais no 4-3-3, mas pontualmente, quando os jogos exigirem, teremos que jogar no 3-4-3, e teremos que estar preparados para isso”.
Planejamento da semana
Esta semana vamos ter uma dinâmica que nos permite de fato trabalhar os quatro momentos do jogo mais as bolas paradas de uma forma equilibrada, o que não nos permite uma semana curta. Na semana curta, a equipe que jogou tem que recuperar e, depois, já estamos na véspera do jogo seguinte. Com os outros, chamamos os jogadores da base… Temos um treino para fazer a equipe que não jogou mais os jogadores da base para o jogo seguinte. Esta semana teremos a oportunidade de, para um dia, dedicar mais a uma coisa, depois na outra, mas melhorar defensiva e ofensivamente. O Willian jogar só por fora torna-se um jogador mais previsível. Peço para ir alternando. Com a experiência que tem, tem a capacidade de jogar por dentro ou por fora e tem a maturidade tática para jogar nos dois sistemas. O que mais me preocupa é o mais jovens não entenderem a variação na mudança de sistema. (…) Temos que dar tempo para eles entenderem, ter paciência, apoiar. É esse crescimento que o Corinthians precisa ter. Não vamos ganhar sempre, vamos ter algumas dificuldades”.
América-MG
Muita marcação individualizada, uma forma de jogar com muita pressão individual e nós sem a dinâmica fundamentalmente de trocas posicionais, de perceber os espaços. Tivemos dificuldades em dar respostas ao adversário. Temos que nos preparar porque há muitas equipes com essa dinâmica do ponto de vista defensiva e nós temos que encontrar formas de contrariar esse tipo de adversário. Hoje tivemos dificuldades. As substituições foram no sentido que tivessem mais facilidade.
Fonte: www.gazetaesportiva.com