Ucrânia: Kherson e territórios do Donbass farão referendos neste mês para se unirem à Rússia

Ucrânia: Kherson e territórios do Donbass farão referendos neste mês para se unirem à Rússia
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Pleitos vão ocorrer entre 23 e 27 de setembro; integração das regiões pode significar uma escalada no conflito entre os país

A região de Kherson, localizada no sul da Ucrânia, e Zaporizhzhia, no sudeste do país, controladas pelas tropas de Moscou, e os territórios separatistas pró-Rússia da região do Donbass, no leste, vão organizar referendos de 23 a 27 de setembro para se unirem à Rússia.

Os referendos do Donbass serão realizados nas regiões de Donetsk e Lugansk, informaram suas autoridades e agências de imprensa nesta terça-feira (20).

As regiões tiveram sua independência reconhecida pelo presidente russo, Vladimir Putin, pouco antes da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Sua integração à Rússia pode significar uma escalada no conflito em curso.

Esses referendos, que seguem o modelo do que formalizou a anexação da península ucraniana da Crimeia (sul) pela Rússia em 2014, denunciada pela comunidade internacional, estão em preparação há vários meses.

Mas as contraofensivas executadas pelas forças de Kiev no nordeste e no sul da Ucrânia obrigaram várias zonas sob controle russo a adiar as votações.

Logo depois do anúncio, a Ucrânia prometeu “liquidar” a “ameaça” russa. “A Ucrânia vai resolver a questão russa. A ameaça só pode ser liquidada pela força”, escreveu no Telegram o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, denunciando a “chantagem” de Moscou motivada pelo “medo da derrota”.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, garantiu que a Ucrânia “continuará a libertar seus territórios, independentemente do que a Rússia disser”.

Esses anúncios vêm depois de a Rússia ter sofrido importantes reveses militares a partir do início de setembro. Teve de se retirar de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, após um avanço das tropas de Kiev, que se beneficiam de suprimentos de armas e equipamentos militares ocidentais.

O Exército ucraniano lançou uma contraofensiva na região de Kherson, que avança mais lentamente. E também ataca na região de Lugansk, que a Rússia conquistou totalmente na primavera boreal, após combates sangrentos.

Arma nuclear

Nesta manhã, o atual número dois do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente russo Dmitri Medvedev pediu que os referendos sobre a anexação das regiões de Lugansk e Donetsk sejam realizados o mais rápido possível.

Os referendos no Donbass “são de grande importância (…) para restaurar a justiça histórica”, disse Medvedev no Telegram.

Moscou considera a Ucrânia historicamente russa. “Violar o território russo é crime e, se for cometido, permite o uso de todas as forças legítimas de defesa”, alertou.

Para a analista independente russa Tatiana Stanovaya, “Putin vai realizar esses referendos para ter o direito de usar armas atômicas para defender o território russo”.

Isso representa uma clara ameaça do presidente russo à Ucrânia e ao Ocidente que ajuda Kiev e sanciona a Rússia, acrescenta a analista. Donetsk e Lugansk estão sob o controle dos separatistas pró-russos desde 2014.

Ao receber, nesta terça-feira, as credenciais dos novos embaixadores na Rússia, Putin prometeu continuar sua política “soberana” e denunciou o desejo de “hegemonia” dos Estados Unidos.

Fonte:  noticias.r7.com


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