Vítima está separada há quase três anos do ex, mas diz que segue sendo ameaçada
Registros de agressões de quando o casal ainda estava junto
A auxiliar administrativa T.O., de 36 anos, denunciou o ex-marido, o advogado T.S., acusando-o de agressão e tortura psicológica em Cuiabá. Fotos, vídeos e prints de conversas foram apresentados como provas.
Eu sofri violência doméstica, agressões físicas, psicológicas e depois veio meu filho. Apanhei grávida, apanhei no pós-parto
T.O. conta que as agressões tiveram início de forma verbal ainda no primeiro ano de namoro. Depois vieram as agressões físicas. Eles estiveram juntos por 9 anos, e estão separados há 2 anos e meio.
“Eu sofri violência doméstica, agressões físicas, psicológicas e depois veio meu filho. Apanhei grávida, apanhei no pós-parto. Ele batia muito em mim e batia na minha filha”, afirmou.
Diante da relação de parentesco, por causa do filho, ela ainda disse que se vê obrigada a manter contato com o ex.
Em um vídeo registrado em 2021, o advogado aparece exaltado agredindo T.O. e avançando em direção para pegar o aparelho celular.
Em fotos tiradas no mesmo dia da imagem, a mulher mostra as lesões que têm pelo corpo.
A vítima conta que fez o registro para tentar inibir o então marido de agredi-la, como uma forma de barganha.
“O vídeo é para mostrar o que eu vivia, eu vivi muita violência doméstica com ele. Essa foi uma forma que encontrei para ver se ele parava de me bater, mas não parou”, afirmou.
Segundo T.O. a situação se agravava toda vez que ele consumia bebidas alcoólicas. “Ele ingere bebida alcoólica e fica pior do que já era, fica muito nervoso, estourado”, disse.
“Ele me xinga de tudo quanto é nome. Uma tortura psicológica. É desgastante. É horrível”, afirmou.
Segundo a vítima, o ex-marido aparece a cada 15 dias para pegar o filho e, às vezes, faz isso alcoolizado.
Violência intensificada
A vítima conta que a violência se intensificou ainda mais depois que o filho denunciou ter sido abusado por um sobrinho do advogado. Ela registrou um boletim de ocorrência sobre o caso no dia 16 de maio deste ano.
Foi aí que começaram as ameaças de morte e a tortura psicológica teria se intensificado.
“’Se denunciar eu vou pedir a guarda, se denunciar eu não vou pagar pensão’, ele dizia pra mim”, afirmou.
A vítima começou a receber as ameaças inclusive em seu local de trabalho, por meio de ligações.
Ela agora tem uma medida protetiva, mas segue temendo pela vida.
“Da outra vez a medida protetiva durou só seis meses, ele voltou pior ainda, com mais ódio, mais raiva”.
Em agosto ela entrou com um pedido junto à OAB para ele perder o direito de advogar. Por ora ele segue exercendo a profissão.
“Ele está abrindo um monte de processo contra mim, criminal, por calúnia e difamação. Vai na delegacia e fala que não é agressor, no depoimento ele fala que nunca me agrediu”.
Virou réu
A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa recebeu a denúncia contra o advogado feita pelo Ministério Público Estadual. T.S. agora é réu no processo que investiga o caso.
“Recebo a denúncia ofertada, na forma posta em Juízo, eis que presentes os indícios de autoria e materialidade e, com fundamento no art. 396 do Código de Processo Penal”, afirmou a magistrada.
Fonte: midianews