Réu Eslan Alves de Souza,24, foi condenado a 20 anos de prisão por roubar a matar o idoso José Benício dos Santos,80, em sua casa no bairro CPA 4, em Cuiabá. O crime ocorreu em 6 de setembro de 2022 e o acusado julgado em 14 de março deste ano.
“Na terceira fase, não são encontradas causas de diminuição e aumento, fixando a PENA DEFINITIVA em 20 (vinte) anos de reclusão e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa”, é a decisão da juíza Silvana Ferrer Arruda, da Quinta Vara Criminal de Cuiabá. O homem está detido desde o ano passado e irá cumprir pena em regime fechado. Além da condenação, ele responde a tentativa de homicídio registrado em Várzea Grande.
Segundo o processo, o idoso foi achado por uma filha, morto com facada no pescoço. A apuração chegou ao acusado, preso dias depois.
O delegado Caio Fernando Albuquerque, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi quem conduziu a apuração e ouviu de testemunhas que no dia do crime, uma pessoa estranha foi vista no portão da casa da vítima. Cerca de duas horas depois, o suspeito saiu com uma sacola em mãos.
A filha contou que naquele dia o pai havia recebido uma quantia em dinheiro e o valor sumiu posteriormente. Pertences também sumiram e a polícia achou um faca e tolha com arcas de sangue no local.
Tentativa de homicídio.
As diligências realizadas na sequência após a análise no local do crime levaram a equipe da DHPP à região conhecida como Zero KM, em Várzea Grande, onde o investigado esteve após cometer o latrocínio em Cuiabá. Ele procurou uma profissional do sexo para e após acertar o valor, a levou a um motel, onde também fez uso de entorpecentes. Em seguida, tentou enforcá-la para se livrar do pagamento do programa, que tentava efetivar com um cartão de crédito da vítima. Após a vítima gritar por socorro, o homem saiu do motel.
Antes de ir ao motel, o homem passou em um bar e jogou a sacola com os pertences da vítima em uma lixeira.
Criminoso conhecia a vítima
A casa onde ocorreu o crime é cercada por portões e muros altos e o fato da residência não apresentar nenhum arrombamento na data do crime evidenciaram aos policiais de que o idoso pudesse conhecer o autor do latrocínio, que não teve dificuldade de entrar no local.
Outras diligências no decorrer da investigação apontaram que, aproximadamente um mês antes do crime, José Benício, que morava há 40 anos no mesmo endereço e era querido na vizinhança, havia contratado uma pequena obra em sua casa. O investigado foi o auxiliar da obra e após a conclusão do serviço, o rapaz pediu um valor ao idoso alegando que precisava comprar leite para a filha. Depois disso, o rapaz foi chamado para trabalhar em uma empresa do filho da vítima, demonstrou interesse na oferta, mas não manifestou posteriormente vontade no trabalho.
Testemunhas ouvidas no decorrer da investigação reconheceram o investigado como a pessoa vista caminhando na rua da casa da vítima e depois saindo do local com uma sacola nas mãos. Depois, ele pegou um mototáxi e se dirigiu à região do Zero Km, em Várzea Grande, foi a um bar, consumiu bebida alcoólica e depois contratou um programa. Em todas as situações, ele foi reconhecido por testemunhas e pela vítima da tentativa de homicídio, a garota de programa.
No dia 12 de setembro, o autor do crime se apresentou na DHPP, acompanhado de advogado, e preferiu ficar em silêncio quando foi interrogado sobre os fatos que culminaram no crime.
“Quando interrogado, momento em que poderia esclarecer possível motivação de homicídio, preferiu permanecer em silêncio, o que só reforça a materialidade para o latrocínio. E todos os elementos colhidos no inquérito são contundentes em apontar o investigado como o autor do crime”, explicou o delegado Caio Fernando Albuquerque ao representar ela prisão preventiva à Justiça.
Fonte: gazetadigital