Presidente do Banco do Brasil ocupa o 18º lugar no ranking da Forbes, ao lado de grandes líderes empresariais, políticas e artistas
Tarciana Medeiros, primeira mulher à frente do BB, alia resultados financeiros a pautas de diversidade e sustentabilidade no banco mais antigo do Brasil
Pelo segundo ano consecutivo, Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, é a única brasileira na lista da Forbes das 100 Mulheres Mais Poderosas do Mundo.
A paraibana estreou no ano passado na 24ª posição e, agora, aparece em 18º lugar. O ranking reúne 100 líderes de destaque em diferentes setores – política, finanças, tecnologia, artes –, considerando quatro métricas principais: dinheiro, mídia, impacto e esferas de influência.
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Juntas, essas 100 mulheres comandam um poder econômico de US$ 33 trilhões (cerca de R$ 200 trilhões) e influenciam mais de 1 bilhão de pessoasMedeiros aparece no ranking à frente de Taylor Swift (23º), Oprah (33º) e Beyoncé (35º), e atrás de Claudia Sheinbaum (4º), presidente do México, e Safra Catz (16º), CEO da Oracle. No top 3 estão a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. “Espero que ver uma brasileira em um ranking como esse seja inspiração para nossas meninas por todos os cantos do país”, escreveu Medeiros em suas redes sociais.
Quem é Tarciana Medeiros
A paraibana assumiu em janeiro de 2023 a presidência do Banco do Brasil, o segundo maior do país. Ela é a primeira mulher no cargo em 215 anos de história, e também a única à frente de uma das empresas brasileiras da Forbes Global 2000, lista que reúne as maiores companhias de capital aberto do mundo.
Natural de Campina Grande (PB), foi feirante e professora antes de passar, há mais de 20 anos, no concurso do BB, onde exerceu diversas funções e chegou ao cargo mais alto. Na época, não sonhava conquistar essa cadeira, mas sabia que educação e dedicação poderiam levá-la ao topo, seja lá onde isso fosse. “Prefiro substituir o verbo sonhar por planejar. Claro que no começo, como feirante, não tinha um plano de ser presidente, mas a trajetória de dedicação, estudo e planejamento me fez estar onde estou”, disse a executiva em entrevista à Forbes em 2023.
À frente de uma organização com um milhão de acionistas, 85 mil funcionários e que teve lucro líquido ajustado de R$ 35,6 bilhões em 2023, Medeiros levou para a ação a ideia de fomentar a diversidade como caminho para ampliar negócios. “Podemos, sim, conciliar nossa atuação comercial com uma atuação pública, com benefícios para toda a sociedade”, diz a executiva, que leva o mesmo sobrenome da primeira mulher contratada pelo BB – Emma Medeiros, que trabalhou 30 anos no banco, desde 1924.
“O exemplo arrasta. Quando uma mulher conquista sua autonomia e independência, ela mostra para outras que isso é possível”, diz a presidenta – como prefere se referir ao cargo. “É uma palavra que existe. Então, por qual razão não usar?”
Negra, nordestina, lésbica e ex-feirante, Medeiros arrastou com ela três mulheres para a vice-presidência do BB e um homem preto para a cadeira de CEO do BB Asset Management, uma das maiores gestoras de ativos do mundo.
Hoje, o Banco do Brasil é a única companhia no IBrX100, índice das 100 ações mais negociadas na B3, com paridade de gênero no conselho de administração, segundo levantamento da PwC Brasil em parceria com o 30% Club Brazil. “Desde que a presidenta Tarciana Medeiros chegou, temos intencionalidade em colocar mulheres e negros em posições de liderança”, disse Kelly Quirino, representante dos funcionários no conselho de administração do BB.
Por esse trabalho de aliar resultados financeiros a pautas de diversidade e sustentabilidade dentro do banco mais antigo do país, Medeiros foi homenageada este ano na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.
A presidente do Banco do Brasil foi premiada como CEO de destaque com as iniciativas “Raça é Prioridade” e “Elas Lideram”, que têm como objetivo alcançar a paridade de pessoas negras e de mulheres na liderança, respectivamente, até 2030. “A diversidade é questão central da nossa gestão e temos conquistado importantes resultados tanto para equidade de gênero como para a inclusão da população preta e parda.”
Fonte: forbes.com.br