Murilo de Oliveira Freitas, delegado da Polícia Federal (PF) à frente da Operação Sangradouro, afirmou que as fraudes previdenciárias na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) ocorrem desde antes de 2015. As investigações estão em andamento, mas já se apurou prejuízo aos cofres públicos no valor de R$ 64 milhões. Um tabelião e um servidor da Funai foram afastados de seus cargos.
A operação mirou uma associação criminosa que falsificava documentos para requerer aposentadorias, ilegais, por idade. As investigações da PF foram iniciadas em 2021, tendo o ano de 2015 com marco temporal delimitado. No entanto, de acordo com o delegado existem fraudes com datas mais antigas comprovadas.
De acordo com o delegado, foram identificados indígenas de inúmeras aldeias e terras indígenas que tiveram documentos falsificados. O levantamento ainda continua. Freitas também esclareceu que está sendo apurado se os beneficiários do esquema seriam os servidores ou os próprios indígenas, e também se eles pagavam pela fraude.
Entre os mandados cumpridos nesta quarta-feira (28), um foi em Cuiabá, 3 em Barra do Garças, 14 em Primavera do Leste e um no distrito de Alto Coite, em Poxoréu.
Delegado Murilo Freitas ainda explicou que, por meio de denúncias anônimas, foram realizados diversos batimentos de registros de documentos “tardios” onde os “indígenas criados” de forma fraudulenta tinham exatamente 60 anos (homem) e 55 anos (mulher), cumprindo de forma fictícia os requisitos para se aposentarem.
A origem de toda a fraude é a emissão do “Registro Administrativo de Nascimento de Indígenas” (RANI), onde então todos os outros documentos são retirados. Logo na sequência (dias ou semanas) os estelionatários procuravam o INSS para se aposentarem.
Fonte: gazetadigital