Pedido de afastamento imediato foi encaminhado à CCJR; vereador classificou medida como “aberração”
A Câmara de Cuiabá decidiu, nesta quinta-feira (14), adiar para agosto a votação sobre o pedido de afastamento imediato do vereador Marcos Paccola (Republicanos), que atirou e matou o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, no último dia 1º de julho, em Cuiabá.
A decisão foi tomada após o plenário votar favorável, por 15 votos a 7, um requerimento do vereador Sargento Vidal (MDB) para encaminhar o pedido de afastamento de Paccola para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A CCJ é responsável por analisar se um projeto está dentro das leis vigentes. Deste modo, a CCJ deverá elaborar um parecer – favorável ou contrário – para que seja analisado em plenário.
Um dos temores é de que este pedido de afastamento imediado seja ilegal, visto que não está instaurado sequer um processo para cassação do mandato do vereador.
O adiamento foi criticado por Paccola. Ele disse ser contra um adiamento por acreditar que o pedido de afastamento é ilegal e não será aprovado. Ele classificou a medida de “aberração”.
“Peço que os colegas votem contrário ao requerimento. Faço questão que seja votado hoje, por ser o principal prejudicado. Quero que a gente faça hoje a votação dessa aberração, com penalidade antecipada, não prevista no regimento”, afirmou antes da votação.
O pedido de afastamento foi apresentado pela vereadora Edna Sampaio (PT), após o episódio em que Paccola atirou e matou o agente socioeducativo.
Amigos e familiares do agente socioeducativo e manifestantes pró-Paccola, compostos em sua maioria por CACs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas), acompanharam a votação do requerimento nesta quinta-feira.
Veja foto do placar:
Agente morto
Alexandre foi morto por volta das 20 horas do dia 1º de julho, em uma rua atrás do restaurante Choppão, em Cuiabá. Paccola efetuou três disparos contra o agente, em meio a uma confusão depois que a esposa de Miyagawa entrou com seu carro pela contramão, na rua Presidente Artur Bernardes.
O vereador afirmou que passava pelo local e foi informado que Alexandre estava armado e ameaçando a companheira dele.
Paccola ainda disse que chegou a pedir que o agente abaixasse a arma, mas ele não teria obedecido.
A versão do vereador foi contestada pela viúva Janaina Sá, que relatou ao MidiaNews que a arma do marido estava presa na cintura e que Paccola teria atirado para matar.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Fonte: www.midianews.com.br