Servidora diz que sofreu injúria racial em escola militar de Cuiabá

Servidora diz que sofreu injúria racial em escola militar de Cuiabá
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Isa Mara Castro Rondon, 34, contou que o diretor ameaçou transferi-la de unidade

A Secretaria Estadual de Educação abriu investigação para apurar uma acusação de injúria racial contra a técnica administrativa Isa Mara Castro Rondon, de 34 anos, na Escola Militar Tiradentes, no Bairro Carumbé, em Cuiabá.

A auxiliar registrou um boletim de ocorrência no dia 12 de setembro contra dois gestores da unidade, a quem acusa também de perseguição.

Conforme o documento, Isa Mara usa um penteado rastafári e teria sido constrangida pelo diretor e pela coordenadora, que teriam ameaçado transferi-la caso não desfizesse o penteado.

Segundo a servidora, as atitudes tiveram início em junho, quando começou a trabalhar na unidade. Assim, no dia 12 de setembro, ela relatou que uma sargento teria chamado sua atenção por conta do cabelo.

Conforme Isa Mara, a militar disse que alguns alunos questionaram o porquê da auxiliar poder usar aquele penteado e eles não terem o mesmo direito.

A auxiliar afirmou que tinha se informado na secretaria da escola, e não havia nada que a proibia de usar rastafári. Assim, foi convocada para uma reunião com o diretor, momento em que foi coagida, afirmou ela.

“O diretor mencionou que na escola tem regras e disciplinas, sua orientação é para não usar. Ele não ia obrigar a tirar, mas caso contrário, vai retirar [a servidora] da escola”, consta no boletim de ocorrência.

Mesmo depois de confrontar o diretor, que é coronel, sobre a ausência de regras no Estatuto do Servidor Público quanto a esse assunto, ela disse não ter sido ouvida.

Diante disso, a auxiliar administrativa decidiu fazer a denúncia na delegacia, e pediu que a reunião fosse registrada em ata, o que não ocorreu.

De acordo com Isa Mara, o documento foi produzido somente no dia seguinte, e tinha várias informações omitidas, que iam de encontro com o relatado por ela. Porém, ela afirmou que gravou toda a conversa e tinha o arquivo consigo.

O caso segue sendo investigado na Seduc e na Polícia Civil.

Leia a nota da Seduc:

Sobre o caso registrado na Escola Estadual Tiradentes, em Cuiabá, em que supostamente uma técnica administrativa sofreu injúria mediante preconceito a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), esclarece que:

1 – Já foi comunicada sobre o suposto ocorrido e irá investigar administrativamente as narrativas do suposto fato.

2 – A Seduc reafirma seu compromisso em oferecer um ambiente escolar que prima pela qualidade do ensino, que possa ser atrativo, democrático e que respeite as diferenças.

Fonte: www.midianews.com.br


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