Lançada em fevereiro de 2022, a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde – denominada SB Brasil 2020 (vigência 2021-2022) – é um levantamento epidemiológico que acontece em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. Ele está integrado com o Conselho Federal de Odontologia (CFO) e Conselhos Regionais da Classe, e é apoiado por pesquisadores de outras Universidades e trabalhadores do SUS de todo o País.
Os primeiros brasileiros começaram a ser visitados em suas moradias em março de 2022 em etapa denominada arrolamento, que é quando agentes comunitários de Saúde visitam setores sorteados em busca do público-alvo da pesquisa.
Entre junho e agosto de 2022, será realizada a 3ª fase da pesquisa em que Cirurgiões-Dentistas e Auxiliares/Técnicos de saúde bucal irão até as casas dos moradores elegíveis realizar a entrevista completa (na qual as pessoas responderão questões sobre a condição socioeconômica, acesso e utilização de serviços odontológicos, dor dentária e orofacial, autopercepção e impacto da saúde bucal na vida diária) e assim realizar o exame de saúde bucal.
Os profissionais que realizam a coleta de dados estão devidamente caracterizados, com crachá, colete e boné de identificação da pesquisa SB Brasil. Eles trabalham em Unidades Básicas de Saúde, ou seja, são profissionais conhecidos na comunidade. Em decorrência da pandemia, foram reforçadas as medidas de biossegurança, com o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) descartáveis, como aventais, gorros, luvas, máscaras, óculos de proteção, viseiras de face (face shield), entre outros, trazendo maior proteção à população e aos pesquisadores. Agregado a isso, os profissionais estão devidamente vacinados contra a COVID-19.
No total, serão examinados mais de 50 mil moradores de 422 municípios, sendo esta considerada a maior amostra entre todos os cinco levantamentos já feitos. O público-alvo do estudo são pessoas com idades de 5 anos, 12 anos, 15 a 19 anos, 34 a 35 anos e 65 a 74 anos. Conforme cronograma do Ministério da Saúde, os resultados da pesquisa estão previstos para serem divulgados em dezembro de 2022, de modo a identificar os agravos bucais mais prevalentes, tais como cárie dentária, doença periodontal, necessidade de prótese dentária, condições de oclusão, traumatismo dentário e o impacto desses agravos na qualidade de vida dos brasileiros.
A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal SB Brasil 2020 pretende continuar a série histórico-epidemiológica, realizando o inquérito nos moldes semelhantes àqueles conduzidos em 2003 e 2010, contribuindo para as estratégias de avaliação e planejamento dos serviços, ao mesmo tempo que consolida um modelo metodológico e demarca o campo de atuação do componente de vigilância à saúde da PNSB.
De acordo com o presidente do Conselho Federal de Odontologia (CFO), Juliano do Vale, a prerrogativa é sempre apoiar as ações da saúde bucal no SUS. “A participação do CFO na SB Brasil 2020 já vem sendo feita desde a elaboração do questionário e a formatação da metodologia de pesquisa. Os Conselhos Regionais, que representam o grande motivo dessa parceria, têm representação em todos os estados e capitais e em boa parte das cidades do Brasil e dão a capilaridade para a pesquisa. É importante destacar que o CFO se prontificou a contribuir neste último censo com o objetivo de conhecer melhor a verdadeira condição de saúde bucal dos brasileiros, para poder colaborar na elaboração de políticas públicas em saúde, permitindo cobrar do poder público, seja ele federal, estadual ou municipal, ações que venham beneficiar a toda a população”, explica o presidente.
A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal é realizada a cada 10 anos. O SB Brasil 2020 (vigência 2021-2022) é o 5º levantamento proposto pelo Ministério da Saúde, que neste ano investiu aproximadamente R$ 4 milhões, e conta com 2.375 profissionais envolvidos (entre eles, 27 Coordenadores Estaduais de Saúde Bucal, 422 Coordenadores Municipais de Saúde Bucal, além dos Profissionais da Atenção Primária à Saúde, Referências Regionais e Apoiadores das Referências Regionais). Inicialmente, o estudo estava previsto para ser realizado em 2020, mas precisou ser adiado em decorrência da pandemia de COVID-19.
Fonte: cromt.org.br