Saúde bucal nas UTIs: um detalhe que pode salvar vidas

Saúde bucal nas UTIs: um detalhe que pode salvar vidas
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Intensivistas e especialistas médicos salvam vidas em risco diariamente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Mas mesmo com o cuidado desses profissionais, o resultado pode ser o pior se os pacientes em estado crítico não tiverem atenção à saúde bucal. Por isso, desde outubro de 2013, uma lei obriga a presença do cirurgião-dentista em (UTIs) de hospitais públicos e privados. A lei tem como objetivo que pacientes hospitalizados portadores de enfermidades sistêmicas tenham atendimento odontológico, o que contribui para a recuperação.

Nos casos de pacientes intubados, os cuidados com a saúde bucal são ainda mais importantes nos hospitais, explica Alcides Ricardo Gonçalves (CROSP 82857), professor assistente dos cursos de Especialização em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais da São Leopoldo Mandic. Ele lembra que uma das principais causas de mortalidade de pacientes internados em UTIs é uma doença chamada pneumonia associada à ventilação (PAV). A infecção dos pulmões agride pacientes inconscientes (em coma), que estão intubados e respirando com a ajuda de ventiladores mecânicos. De acordo com Gonçalves, pode acontecer com até 40% dos pacientes que estão respirando com ajuda de aparelhos. “A falta de uma higiene bucal adequada para esses pacientes irá, possivelmente, propiciar a PAV ou mesmo fazer com que o tratamento médico instituído para a cura da doença não seja efetivo”, explica.Nos casos de intubação, o paciente fica com a boca aberta, o que leva à diminuição do fluxo salivar, ressecando a boca e propiciando o crescimento de bactérias que causam doenças periodontais, que podem comprometer a gengiva e a sustentação dos dentes, e infecções. Nesses casos, a higienização correta é feita através da escovação dos dentes e da língua três vezes ao dia, assim como cuidados com próteses e com a mucosa. De acordo com Márcia Esteves (CRORJ 17920), especialista em Odontologia do Trabalho e autora do artigo “Atuação do cirurgião-dentista na UTI: um novo paradigma”, quando o paciente está internado em UTI, a ausência de higiene bucal é uma porta de entrada para microorganismos. A falta de cuidados pode causar doenças respiratórias e doença periodontal, o que predispõe doenças cardiovasculares, assim como candidíase e infecções renais. Márcia ressalta que a presença do cirurgião-dentista nesses ambientes é importante para manter a saúde bucal dos pacientes em dia, o que melhora a sobrevida e diminui o risco de agravamento dos problemas de saúde.

O Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconheceu a Odontologia Hospitalar como área de atuação do cirurgião-dentista e a regulamentou, através das Resoluções 162 e 163, em 2015.

MSN


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