“Essa manifestação vai acontecer principalmente nos dentes de leite, devido à idade das crianças em tratamento. Se o transplante for feito mais tarde, esse problema também pode afetar os dentes permanentes”, explica Alves. Somada à falta de higiene e à alimentação calórica que costuma ser indicada para suprir os nutrientes que a criança perde devido à doença, os problemas no fígado também podem aumentar o risco de cárie.
Cerca de 60 a 80% dos pacientes com artresia devem passar por transplante de fígado. Nesses casos, o dentista salienta que é preciso cuidar da cavidade bucal das crianças antes de realizar a cirurgia, pois um foco de infecção na boca pode trazer complicações. “Também é necessário agir na prevenção, uma vez que as bactérias da boca podem entrar na corrente sanguínea e causar infecções”, afirma Alves.
Sandra Kalil (CROSP 40596), especialista em odontopediatria e Membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), explica que o dentista tem papel fundamental no tratamento. “O trabalho do odontopediatra é a prevenção e tratamento de doenças para evitar inflamações que podem causar problemas sistêmicos. Para disfarçar a coloração verde, dentistas realizam tratamentos estéticos como uso de resinas e de facetas estéticas, facilitando a convivência de crianças que já estão passando por muitas complicações”, afirma a especialista.
Após o transplante os cuidados com a higiene bucal precisam ser redobrados, pois o paciente vai estar utilizando medicamentos imunossupressores, que diminuem as defesas do organismo para que o corpo não rejeite o transplante. É importante ter ainda mais atenção para que não surjam infecções que poderão trazer problemas para todo o organismo.
MSN