Um novo tipo de radioterapia, advinda de Israel, está sendo bem falada por poder oferecer resultados significativos, tanto na eliminação de tumores, como na preservação das células saudáveis, algo difícil de acontecer em tratamentos convencionais.
De nome DaRT (Diffusing Alpha emitters Radiation Therapy) – não confunda com a missão DART, da NASA -, ela se destaca por ser aplicada via laser de foco na eliminação somente das células cancerígenas, poupando as saudáveis.
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Por ora, o novo tratamento está disponível apenas para grupos de estudos e deve realizar a remissão dos cânceres de boca, língua, pâncreas e de mama. A pesquisa foi desenvolvida no Centro Médico Hadassah, em Jerusalém, Israel, e será implementada em outros hospitais, como o Memorial Sloan Kettering Center e o Dana Farber-Cancer Institute, nos EUA. Os cientistas buscam parcerias em diferentes países para implementar o tratamento.
“Gostaríamos de ter a pesquisa instituída também em algum hospital brasileiro, já que o país possui grande diversidade étnica e altas taxas de câncer”, disse o professor Aron Popovtzer, principal responsável pelos estudos da técnica.
Os primeiros resultados vierem após acompanhamento de cinco meses de 13 pacientes com câncer de pele ou cabeça e pescoço resistentes à radiação. Todos os tumores deram resultado no tratamento, sendo três parcialmente e um não foi destruído, estando em observação, sendo que nenhuma taxa alta de toxicidade foi visualizada.
Criação da DaRT
Há quinze anos, pesquisadores descobriram modo de usar a radiação alfa para destruir tumores. As radiações beta ou gama são as comumente utilizadas para tratamentos.
Com pesquisas, a equipe descobriu como fazer com que a radiação entrasse até 3 no corpo humano, o bastante para a eliminação de tumores sólidos.
Utilização atual da nova radioterapia
“O que você faz para usar essa tecnologia é colocar ‘sementes’ intersticiais [dentro da pele] no corpo, o que é feito com anestesia local.” “A vantagem, em relação à braquiterapia [radioterapia interna usada em alguma parte específica do corpo], é que as sementes são muito finas e, portanto, é muito fácil fazer isso. E a DaRT tem tendência especial de entrar apenas em áreas com vasos sanguíneos deficientes, característica presente nos tumores”, diz o professor.
Agora, a equipe de cientistas está fazendo estudos simultâneos para ver como a DaRT funciona em tipos de cânceres distintos e com populações de diferentes países. “Por enquanto os pacientes beneficiados são apenas aqueles que fazem parte dos estudos. O objetivo é conseguir a aprovação do FDA [órgão dos EUA semelhante à Anvisa], a qual as decisões o governo de Israel tende a abraçar, para podermos instituir a tecnologia em hospitais diversos e, com o passar do tempo, esperançosamente, barateá-la, já que o custo ainda é alto.”
Fonte: olhardigital.com.br