Membro da bancada de oposição, o deputado estadual Valdir Barranco (PT) encaminhou um requerimento ao secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (SESP-MT), César Augusto de Camargo Roveri, cobrando explicações sobre medidas adotadas em relação ao caso de tortura, abuso e assédio sexual ocorrido contra uma policial penal durante treinamento do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Polícia Penal de Mato Grosso.
Uma policial penal teria sido torturada durante um curso de formação na Colônia Penal Agrovila das Palmeiras (90 KM de Cuiabá) depois de denunciar um colega por assédio sexual. O curso foi suspenso pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) no último sábado (4), depois que o caso foi divulgado pela imprensa.
O parlamentar pediu que o governo estadual tome providências em relação ao caso. Barranco questiona quais os requisitos legais desse G.I.R? Qual sua lei de criação, portaria e/ou resolução interna? Quem são os instrutores destacados para o curso? Quais os requisitos para participação? Há um edital de seleção ou outro instrumento?
No requerimento de informações, o deputado ainda pergunta quais servidores policiais penais são do G.I.R, onde cada um atua e onde, de maneira específica, eles estão lotados.
“Infelizmente, a violência sexual ou assédio, constituem realidades enfrentadas de forma cotidiana, principalmente por meninas e mulheres. O constrangimento a que são submetidas no ato da queixa, fruto de uma cultura patriarcal de culpabilização da vítima, muitas vezes, se torna um empecilho para o encaminhamento aos órgãos competentes causando um índice de notificação aquém da realidade”, disse Barranco.
Os relatos são de que ao menos quatro instrutores do curso do GIR teriam torturado a servidora depois que ela registrou boletim de ocorrência contra um dos gerentes da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP), vinculada à Sesp. A policial penal relata que foi vendada e que os torturadores jogaram gás em seu rosto. A boca e partes do rosto da servidora teriam ficado queimadas durante a tortura.
O boletim de ocorrência por importunação sexual foi registrado por reiteradas condutas do colega. O suspeito teria passado as mãos pelo corpo da policial penal, espionado ela durante o banho e ainda olhado pela janela enquanto ela e outras policiais penais mulheres trocavam de roupa peladas.
Fonte: gazetadigital