Em 3 horas de depoimento, Maria Angélica Caixeta Gontijo – presa apontada como mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri – precisou contextualizar toda a história que aconteceu no passado envolvendo ela e a vítima. À polícia, também negou qualquer participação na trama.
Advogado de Maria, Cássio Araújo, disse ao GD que “ela não tem nada a ver com esse crime” e que ela respondeu todos os questionamentos da equipe da Delegacia de Homicídios (DHPP).
“Ela está colaborando, está fornecendo todos os telefones celulares e senhas para que a perícia seja feita. Então assim, quem deve não teve e tudo vai ser devidamente esclarecido”, disse.
Araújo ressaltou que ela explicou toda a situação vivida com Zampieri no passado, o que, segundo ele, a colocou como suspeita do crime. “Ela não tinha motivo para matar ele, em que pese às divergências que eles tiveram. A polícia tem que investigar, averiguar, é tudo muito prematuro. Ela foi presa na frente da filha de 4 anos”.
O advogado criticou ainda a forma como a imprensa vem cobrindo o caso “expondo uma mãe de família, uma pessoa correta, empresária que não tem qualquer antecedente criminal, como suposta mandante de um grave crime”.
Transferida para Cuiabá
Em decisão, a juíza Mônica Catarina Perri Siqueira autorizou o pedido da DHPP para que Maria Angélica seja transferida para Cuiabá. Atualmente, ela está presa de forma temporária – ou seja, com duração até 30 dias, podendo ou não ser aumentada – no presídio feminino em Presidente Olegário (MG).
Ao analisar o caso, a juíza Monica Perri considerou que o pedido para permanência de Maria Angélica em Minas Gerais não deve ser acolhido. “O crime pelo qual ela está sendo acusada de ser a autora intelectual é gravíssimo e ocorreu nesta cidade e comarca de Cuiabá. Por conseguinte, o inquérito policial e a possível ação penal irão tramitar nesta capital. Logo, a presença da custodiada se faz necessária para a realização dos atos processuais”.
A magistrada pontuou que não ficou comprovado qual risco ela estaria sofrendo e, mesmo assim, o Estado de Mato Grosso pode lhe oferecer segurança. Com isso, ela negou o pedido de permanência e determinou o recambiamento de Maria Angélica para a capital de Mato Grosso.
“Não há nenhuma comprovação de que a custodiada possui vínculos familiares em Minas Gerais e, principalmente, acerca das ameaças que alega estar sofrendo. De qualquer modo, o Sistema Prisional Mato-grossense se incumbirá de lhe oferecer a segurança necessária, mantendo-a recolhida em local adequado”.
Investigações e prisões
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital.
A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
Já a mandante do crime, que segundo a DHPP é Maria Angélica Caixeta Gontijo, foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro. No momento da prisão, a investigada estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado.
Por fim, no dia 22, o terceiro envolvido foi preso, sendo identificado como Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro.Ele é apontado como provável intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.
Polícia aponta ainda que Antônio foi contratado para cometer o crime e recebeu R$ 40 mil. O intermediário despachou uma pistola calibre 9mm, registrada em seu nome, no dia 5 de dezembro, data que Zampieri foi morto.
Fonte: www.gazetadigital.com.br