A África é considerada o berço da humanidade, uma região formada após os movimentos continentais que ocorreram ao longo de bilhões de anos de história da Terra. Segundo a Sociedade Geológica de Londres, o continente está se dividindo em duas partes devido a uma fenda gigante, que está lentamente destruindo algumas áreas da superfície terrestre nessa região.
De acordo com geólogos que estudam a região, uma grande rachadura que se estende por diversos quilômetros surgiu no sudoeste do Quênia e continuou a crescer até destruir parte de uma rodovia próxima.
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Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que a rachadura estava relacionada à atividade das placas tectônicas na África Oriental, mas perceberam que se trata, na verdade, de uma ravina que passou por um processo natural de erosão. Entretanto, eles estão investigando se os dois processos estão conectados.
Apesar disso, os cientistas ainda não têm certeza de como a formação específica da fenda começou. Afinal, a Terra está em constante mudança, e nem todas essas transformações são observadas pela ciência.
Outra possibilidade é que a rachadura tenha surgido devido à erosão de solo mole, um tipo de solo com baixa resistência, que pode se deformar facilmente.
“A fenda agora [aumenta de uma forma] muito lenta, mais ou menos na taxa em que as unhas dos pés crescem”, disse o professor emérito de ciências da Terra na Universidade da Califórnia, Ken Macdonald, em mensagem enviada ao site Live Science.
África dividida em dois?
Em um texto publicado no site The Conversation, a pesquisadora de pós-doutorado na Royal Holloway University of London, Lucía Pérez Díaz, explica que a parte superior do manto terrestre é dividida em diferentes placas tectônicas que, ao se moverem, podem criar uma fenda semelhante ao que está sendo observado na África.
Esse é exatamente o processo que está ocorrendo no sistema do Grande Vale do Rift, na África Oriental. A rachadura que está ‘partindo’ o continente é composta por duas grandes fendas. A Fenda Oriental passa pela Etiópia e pelo Quênia, enquanto a Fenda Ocidental se estende entre Uganda e Malawi.
As linhas pontilhadas mostram por onde as fendas passam na África.
As linhas pontilhadas mostram por onde as fendas passam na África.
Fonte: U.S. Geological survey
Embora alguns cientistas acreditem que a fenda da África Oriental surgiu exclusivamente pelo movimento das placas tectônicas, há especialistas que sugerem que o fenômeno pode ter sido causado pelo aumento de calor, que levou à expansão das rochas continentais e, consequentemente, à atividade vulcânica.
Essa rachadura se estende por mais de 3.500 quilômetros, entre o Mar Vermelho e Moçambique. Com a possível ruptura, essa fenda poderia criar um novo Oceano.
De acordo com observações mencionadas pelo Observatório da Terra da NASA, a rachadura pode estar relacionada ao afastamento da placa tectônica da Somália, que também está se separando da placa localizada no norte da península arábica.
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Inclusive, é importante destacar que a fenda não surgiu no continente nos últimos anos; na verdade, ela é muito mais antiga do que a própria sociedade humana.
Em mensagem ao site Live Science, a presidente do departamento de geologia da Universidade Tulane e consultora científica do Departamento de Estado dos EUA, Cynthia Ebinger, explica que a formação original da rachadura ocorreu há aproximadamente 35 milhões de anos. Pouco depois, cerca de 25 milhões de anos atrás, a fenda se expandiu e alcançou o norte do Quênia.
Quando a África será dividida?
Ebinger acrescenta que tanto a Fenda da África Oriental quanto outros fenômenos naturais, como zonas de terremotos e vulcões, apontam que a África está se dividindo a uma taxa de aproximadamente 6,35 milímetros por ano.
“O que não sabemos é se essa fenda continuará no ritmo atual para eventualmente abrir uma bacia oceânica, como o Mar Vermelho, e depois para algo muito maior, como uma versão menor do Oceano Atlântico. Ou pode acelerar e chegar lá mais rápido? Ou pode estagnar?”, Macdonald acrescenta.
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Em resumo, embora a África esteja realmente se partindo ao meio, a divisão completa não ocorrerá tão rapida ou facilmente. Em todo o caso, a geração atual não estará mais viva quando isso acontecer.
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Fonte: tecmundo.com.brdestaque