As abelhas, por serem os principais agentes polinizadores, impactam diretamente na quantidade e a qualidade da produção agrícola. Segundo pesquisadores, elas são conhecidas como ‘polinizadoras profissionais’ por serem adaptadas exatamente para esse objetivo.
Além disso, esses insetos fazem o elo entre produção agrícola e conservação ambiental. “As abelhas estão na interface da biodiversidade e da agricultura”, conforme explica a bióloga pesquisadora, doutora em ecologia, Denise A. Alves, do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
A existência de culturas agrícolas como a da soja, café, laranja, melancia, maracujá, girassol, e cacau, por exemplo, dependem em algum grau das abelhas, enfatiza a especialista.
Denise destaca a relevância da manutenção da diversidade das abelhas no Brasil e no mundo. “As abelhas nos asseguram a produção, também a segurança alimentar e o nosso bem-estar, principalmente por conta da biodiversidade”, ressalta.
Dia Nacional das Abelhas
Terça-feira (3) foi celebrado o Dia Nacional da Abelha. O g1 Piracicaba e região conversou com pesquisadores sobre a importância da espécie, por serem os principais agentes polinizadores, na produção de alimentos e quais riscos afetam a preservação desses insetos.
A pesquisadora explica que polinização nada mais é do que a transferência de pólen da estrutura masculina da flor para a estrutura feminina de outra flor ou da mesma.
A polinização mediada pelas abelhas é de extrema importância para diversas culturas agrícolas.
“No mundo, estima-se que que 85% de importantes culturas agrícolas são polinizadas pelas abelhas. Entre elas, estão os alimentos, as plantas que são usadas como medicamentos; e até o biocombustível, como o girassol, a canola, a mamona. Sem falar das fibras, como algodão, e de materiais de construção, como por exemplo, a madeira”, ressalta Denise.
A produção do maracujá, especialmente, depende 100% das abelhas. “Sem abelha, não tem maracujá. Na produção do café, a inexistência de abelhas podem significar uma redução de 28%. A dependência de polinizadores é variável, mas também inegável a importantes culturas agrícolas no Brasil”, analisa.
Fonte: visaoagro.com.br