Vinicius Gahyva Martins é um dos representantes do MPE que estão acompanhando o inquérito
Uma semana após a morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, a Polícia Civil já ouviu 10 testemunhas e agora aguarda os laudos periciais para concluir o inquérito. O autor dos disparos é o vereador Marcos Paccola (Republicanos), que responde em liberdade.
Conforme um dos promotores designados pelo Ministério Público Estadual para acompanhar o inquérito, Vinicius Gahyva Martins, os laudos são fundamentais para esclarecer minúcias da dinâmica dos fatos.
Segundo ele, até o final do inquérito mais algumas testemunhas devem ser ouvidas.
“Já foram ouvidas várias testemunhas e agora é esperar o resultado da perícia, que ainda não saiu. A perícia de local de crime é muito esclarecedora”, afirmou Gahyva.
Outro laudo que ainda chegará às mãos da Polícia, e será fundamental para o inquérito, é o laudo necroscópico, mais conhecido como laudo do IML (Instituto Médico Legal). Nele o médico legista investiga basicamente por que e como a pessoa morreu.
“A perícia vai analisar o transcurso das balas, ou seja, a transfixação delas no corpo da vítima. Será possível perceber se aquela munição teve um impacto, se deslocou um pouco o corpo da vítima. Isso tudo vem na perícia. É um conjunto de elementos que são hábeis a formar opinião acerca do ocorrido”, afirmou.
Os laudos confirmarão ou refutarão a versão apresentada pelo vereador, que interveio em uma confusão alegando que Miyagawa era uma ameaça à sua namorada, Janaina Sá.
As imagens de uma câmera de segurança mostram Paccola, que também é tenente-coronel da reserva, atirando no agente. No momento dos disparos Miyagawa estava de costas.
De acordo com o vereador, o agente empunhava uma arma e ignorou seus pedidos para que a deixasse no chão. Quando atirou, ele teria feito menção de se virar e por isso o corpo teria caído com as costas para o asfalto.
O caso aconteceu na última sexta-feira (1), em frente a uma distribuidora de bebidas localizada na região do Choppão.
Segundo Gahyva, a exclusão de ilicitude é uma das teses levantadas pela defesa, no entanto ainda é cedo para cravar essa hipótese.
“Como o Ministério Público fala através do processo e como a gente está em via de formar opinião acerca da ocorrência, não seria conveniente da minha parte antecipar qualquer entendimento por parte do Ministério Público, até porque esse entendimento ainda está em formação”, explicou.
“O Ministério Público fará uma análise isenta, técnica e responsável a cerca da configuração ou não do delito”, afirmou Gahyva.
“Força-Tarefa”
Vinicius Gahyva é coordenador do Núcleo de Defesa da Vida e um dos quatro promotores a acompanhar o caso.
Os demais designados foram Antonio Sergio Cordeiro Piedade, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria e Samuel Frungilo. Todos eles atuam no Tribunal do Júri.
A portaria foi registrada na quinta-feira (7) formalizando os trabalhos que já vinham sendo feitos em conjunto com a Polícia Civil. O documento foi assinado pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges.
A medida foi adotada porque, até o momento, não houve uma denúncia ao MPE e nem a distribuição do caso para nenhum dos promotores em específico.
Fonte: www.midianews.com.br