Grupo é suspeito de fraudar cargas de grãos, trocando soja por areia em MT; Operação Grãos de Areia foi na quinta
A Polícia Civil apreendeu, dos alvos da Operação Grãos de Areia, armas de fogo, munições, computadores, cabeças de gado, joias, dinheiro e 18 veículos. Empresários foram alvos da ação, na quinta-feira (28), suspeitos de fraudar cargas de grãos, trocando soja por areia em Mato Grosso.
Ao todo foram cumpridas 88 ordens judiciais, entre mandados de prisão, busca e apreensão e sequestro de bens. Ao todo, 13 pessoas foram presas.
Durante as buscas domiciliares foram apreendidos dois tratores, dois semirreboques, duas pás-carregadeiras, cinco camionetes (duas S-10 e quatro Hilux), dois veículos de luxo (uma Ranger Rover e um Chevrolet Camaro), além de um Toyota Corolla, um Fiat Palio, um barco e uma motocicleta 1.000 cilindradas.
Também, duas armas de fogo (uma pistola 9 mm e um revólver calibre 32), mais de 100 munições (84 calibre 9 mm e 21 calibre 32), computadores, notebooks, bloqueadores de sinal, chaves de veículos, joias e mais de R$ 22,6 mil em dinheiro, além de 99 cabeças de gado que estão entre os bens sequestrados.
Dois alvos dos mandados de prisão ainda foram autuados em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.
Investigações
A investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis (Derf), com apoio da GCCO, apurou a atuação de um grupo envolvido no furto e adulteração de cargas de soja e farelo na cidade de Rondonópolis, tendo como vítima um terminal ferroviário de cargas – principal polo de infraestrutura logística de Mato Grosso, responsável pelo escoamento de boa parte da safra do Estado.
Conforme o delegado Santiago Rozendo Sanches, da Derf Rondonópolis, o grupo atuava no furto e na adulteração da carga, substituindo grãos originais e em perfeito estado por carga misturada com areia.
“Eles substituiam a carga boa, de cinco a oito toneladas de carga, por uma ruim. O classificador era conivente com a fraude, aprovando a mercadoria adulterada e, assim, eles conseguiam consumar o crime e obter grande quantidade de lucro ilícito”, pontuou o delegado.
Segundo o delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, as investigações apontaram que o grupo operava o esquema desde 2020.
“Sendo o Estado considerado maior produtor do país, a atuação do grupo causou um prejuízo milionário para o agronegócio, forte responsável pelo sustento da economia de Mato Grosso, tamanha a importância do setor. O grupo criminoso agia como uma verdadeira máfia, e, quando não conseguiam corromper funcionários, agiam mediante grave ameaça como forma de intimidação e, desta forma, alcançavam a concretização do crime”, observou o titular.
As investigações identificaram, ao todo, 30 pessoas, dentre empresários do ramo de transporte e comércio de grãos, agenciadores, motoristas de caminhão e funcionários da empresa vítima.
Fonte: www.midianews.com.br