Uma plataforma inovadora, desenvolvida em um projeto da Universidade Federal Fluminense, na Antártica, pode ser uma aliada importante para avaliar e dar assistência à saúde mental de pessoas em condições de isolamento.
A pesquisa vem sendo desenvolvida há 5 anos no continente gelado, em que o frio intenso e o isolamento extremo são desafiadores para a resistência física e mental dos que precisam trabalhar lá.
Pesquisadores criaram um aplicativo, de nome SaúdeAntar-IA, que combina inteligência artificial, telemedicina e suporte remoto para quem está em expedições no continente.
O aplicativo possibilita a coleta de dados diários, em tempo real, sobre sono, humor e sentimentos. Com uma interface interativa, auxiliada por inteligência artificial, o usuário pode obter orientações imediatas em questões emocionais, médicas e farmacológicas.
O coordenador do estudo, professor Jairo Werner, destaca que a plataforma também serve para o teleatendimento e que o objetivo dela não é fazer diagnósticos, mas sim identificar situações específicas de vivência de cada pessoa e prestar auxílio.
Jairo Werner observa que em situações extremas de isolamento ter uma assistência é importante para desenvolver formas de resiliência.
O pesquisador ainda destaca que além dos desafios tecnológicos, operacionais e de conectividade, na implantação de um sistema digital em um dos lugares mais inóspitos do planeta, há também barreiras em relação à adesão das pessoas à pesquisa.
A pesquisa faz parte do Proantar, Programa Antártico Brasileiro, que é patrocinado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação e pelo CNPQ, para promover o desenvolvimento da pesquisa científica, tecnológica e de inovação no continente.