PF bloqueia R$ 38 mi de quadrilha que expotava pedras preciosas para dezenas de países

PF bloqueia R$ 38 mi de quadrilha que expotava pedras preciosas para dezenas de países
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Polícia Federal cumpre 3 mandados em Cuiabá e Rondonópolis (212 km ao sul) contra quadrilha internacional especializada na exploração, intermediação, comércio e exportação ilegal de pedras preciosas, em especial diamantes brutos e ouro. Investigação aponta que o grupo tem atuação em diversos países e movimentação de recursos milionários. Na mesma decisão, da 2ª Vara Justiça Federal de Piracicaba, foi determinou o bloqueio de R$ 38 milhões dos investigados.

Ao todo, estão sendo cumpridos  42 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. Constam, ainda, medidas cautelares a serem cumpridas mediante cooperação policial e jurídica internacionais com Estados Unidos, Bélgica, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos.

As investigações começaram no segundo semestre de 2020, quando informações recebidas pela Unidade de Inteligência da Polícia Federal, em Piracicaba, apontaram para a existência de uma organização criminosa que atuava na extração mineral irregular, receptação qualificada e contrabando de pedras preciosas.

As primeiras informações foram confirmadas por meio da prisão em flagrante de um dos investigados, quando embarcava no Aeroporto Internacional de Guarulhos com destino a Dubai. Ele transportava diamantes brutos, sem a devida documentação fiscal, avaliados em mais de R$ 350 mil.

Em dezembro de 2020, uma nova carga pertencente a mesma organização criminosa foi interceptada no Aeroporto de Confins, pela Receita Federal. Desta vez, barras de ouro tinham como destino os EUA.  Em mais uma oportunidade, mediante cooperação policial internacional com agentes da agência americana Homeland Security Investigations (HSI) da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, foi possível apreender com um dos integrantes da organização, ao ingressar nos EUA, cerca de 40 diamantes brutos.

Até o momento, já há provas de que a organização criminosa estendeu sua atuação por mais de uma dezena de países, envolvendo fornecedores, clientes e instituições bancárias utilizadas para a engenharia financeira, com movimentação de valores superiores a R$ 30 milhões, referindo-se apenas ao período da investigação.

Foram identificadas negociações com pessoas nos países da China, Inglaterra, Bélgica, Emirados Árabes, Estados Unidos, Cingapura, França, Canadá, Gana, Namíbia, África do Sul, Espanha, Serra Leoa e Suíça, além da estruturada atuação em território brasileiro em diversos estados da Federação.

Entre os recursos criminosos utilizados estão a abertura de empresas, com o fim específico de emissão de notas fiscais falsas para enganar os órgãos de fiscalização, e a cooptação de empresas legítimas, devidamente regularizadas no Cadastro Nacional de Comércio de Diamantes Brutos (CNCD), para emissão de documentos falsos e viabilização da remessa das pedras ao exterior.

O nome da operação Itamarã faz referência à comunidade indígena Tekoha Itamarã, de etnia Guarani, a qual utiliza o nome Itamarã em referência a diamante. Os envolvidos responderão por crimes tipificados no art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.176/1991 (Lei dos Crimes contra a Ordem Econômica), art. 2º, Lei n. 12.850/2013 (Lei de repressão a organização criminosa) e arts. 334-A, § 1º, II, 180, §1º, ambos do Código Penal, além de outros que porventura forem constatados no curso das investigações, cujas penas máximas podem somar mais de 30 anos de prisão.

 

 

 

 

Fonte: www.gazetadigital.com.br


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