O atacante Alexandre Pato, atualmente jogador do Orlando City, deu seu depoimento pessoal ao The Players Tribune nesta terça-feira sobre o que aconteceu em sua carreira desde o início, quando jogava futsal em Pato Branco, até a atualidade. No meio do caminho, convivendo com lesões, ele explicou sua chegada e saída do Corinthians, time onde não deixou saudades.
“Por isso que eu fui para o Corinthians (para encontrar solução para as lesões), em janeiro de 2013. Sim, eu queria estar na Copa de 2014. Mas eu também tinha o desejo de trabalhar com o Bruno Mazziotti, o fisioterapeuta do Ronaldo. Quando eu cheguei lá, eles removeram um músculo do meu braço para fazer uma biópsia. Eu tremia na maca. Depois de 20 dias eles chegaram à conclusão de que alguns dos meus músculos tinham encurtado por causa das lesões. A parte posterior da minha perna estava mais fraca do que a região da frente, então existia uma descompensação. Graças a Deus, o Bruno me colocou em forma de novo. Desde 2013, acho que tive apenas três lesões musculares“, iniciou sobre o assunto, complementando depois os rumos que sua carreira tomou no clube:
“Foi uma pena como tudo terminou no Corinthians. Cheguei como um astro do futebol europeu, com um salário alto, o que já cria uma distância em um país tão desigual como o Brasil. Então a exigência da torcida era gigantesca. Quando eu perdi o pênalti contra o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil, fui o único culpado. Sim, eu cometi um erro, mas não é verdade que colegas de elenco tentaram me bater. Ninguém fez nada. Mas os torcedores queriam me bater e me matar. Eu passei a andar de carro blindado em São Paulo, com seguranças armados e bombas de gás lacrimogênio. Os torcedores invadiram o CT com pedaços de pau e facas. Isso é uma loucura, algo assustador. Isso não deve ter lugar no futebol de jeito nenhum. Sabe por que eu joguei muito melhor no São Paulo? Porque eles cuidaram de mim. Lá eu só precisava jogar. Mas quando o Chelsea se interessou por mim, eu ainda sonhava em voltar para a Europa”.
Segundo o relato de Pato, as lesões começaram a surgir em 2010 e ele viajou para consultas com médicos em vários países, tendo tentado alguns tratamentos. Depois desse período em Corinthians e São Paulo, ele foi para o Chelsea por empréstimo de seis meses e retornou ao Alvinegro.
“Eu ainda não entendia os bastidores. Pensei que fossem me levar por empréstimo por seis meses e depois eu assinaria um contrato por mais três anos. Eu não sabia que eles poderiam dizer não depois do empréstimo. E se eu soubesse? Teria ido para outro clube. Foi uma pena, porque eu estava treinando muito bem, mas o técnico me colocou para jogar em apenas dois jogos. Nunca entendi direito o porquê. Depois tive de me reapresentar ao Corinthians, onde algumas pessoas queriam me ver pelas costas. Como eu queria permanecer na Europa, decidi fazer algo inédito na minha carreira. Liguei para o Bonera, com quem eu havia jogado no Milan e que estava no Villarreal. ‘Bony, você acha que eles teriam o interesse?’ Bom, o Marcelino, então treinador, me ligou, ofereceu as condições e poucos dias depois eu estava a caminho da Espanha. OPA! Eu mesmo resolvi a minha transferência. Contatos. Relacionamentos. É assim que o futebol funciona”.
Ainda, no texto ele fala sobre dificuldades do início da carreira, companhia do pai, Internacional, ida para o Milan e recepção dos brasileiros e a vida atual. Pato é casado com Rebeca Abravanel, filha de Silvio Santos – o casal convive com rumores de separação.
Fonte: www.gazetaesportiva.com