PARA ESPECIALISTAS, AMBIENTE DE PREÇOS NÃO DEVE SE REGULARIZAR TÃO CEDO NO CAMPO

PARA ESPECIALISTAS, AMBIENTE DE PREÇOS NÃO DEVE SE REGULARIZAR TÃO CEDO NO CAMPO
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O planejamento faz parte da atividade agrícola e, mesmo que o produtor não possa prever o futuro, as decisões tomadas meses antes do início de uma nova safra são primordiais para evitar prejuízos e ter boa rentabilidade ao final do ciclo. No entanto, o cenário que o mundo vive hoje, de aumento no custo de produção e de incertezas sobre a disponibilidade de insumos agrícolas, exige ainda mais organização. Munida de informações, a classe produtora pode se preparar para os desafios que as próximas safras vão trazer.

Christian Lobhauer, da CropLife Brasil, entidade que representa as indústrias de defesa vegetal, ressalta que o ambiente de preços não deve se regularizar tão cedo. E acrescentou que o ano eleitoral no Brasil faz com que os efeitos na agricultura tenham mais um fator de instabilidade. “A palavra mágica para o produtor rural é planejamento, pois as margens vão reduzir. Quanto mais cedo ele conseguir comprar defensivo, fertilizante, escolher as culturas, melhor será. O ano será de margens reduzidas, custos muito altos, instabilidade já conhecida por mudança de câmbio (quando tem eleição), e combinado com guerra, rompimento das cadeias de suprimento, tá dado o quadro de dificuldade que o produtor tem que se preparar”, aconselhou.

Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest, esclarece que, na verdade, o conflito Rússia-Ucrânia foi só a cereja do bolo para o cenário atual dos insumos. “Isso começa lá atrás, com os problemas ligados à exportação da China (demanda brasileira ficou ameaçada), sanções aplicadas contra Belarus que trouxeram impacto no preço do cloreto de potássio antes da guerra. E aí vem a pandemia elevando o valor de fretes marítimos, que por sua vez também trouxe aumento no preço dos fertilizantes”, relata o especialista. Para ele, a guerra é a eclosão do problema que já estava instalado e foi potencializado.

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No período de janeiro de 2021 a abril deste ano, o incremento nos preços dos fertilizantes atingiu patamares inéditos, conforme os números apurados pela Agrinvest, as altas foram de 202% para o fertilizante granular fosfato monoamônico (MAP), 379% para o cloreto de potássio (KCL), 197% para ureia, 196% para sulfato de amônio, 266% para superfosfato simples, 256% para superfosfato triplo e 397% para nitrato de amônio. Jeferson destaca, porém, que esse incremento não é uma exclusividade do Brasil, e que nos principais polos consumidores o aumento é equivalente ou até mesmo maior.

De forma unânime, os especialistas orientaram os produtores a decidirem pela compra dos insumos necessários nesse momento. O analista André Pessôa destaca que usar a relação de troca como ferramenta de tomada de decisão é a melhor maneira de se orientar na aquisição. “Em termos históricos, a relação de troca estava favorável, então quem usou essa metodologia, que é um indicador de margem, comprou melhor do que quem ficou olhando só para preço (que vem subindo desde 2021) e ainda não comprou”, pontua. Hoje, a relação de troca do pacote de insumos está quase 10 sacas, por hectare, mais cara que um ano atrás.

Pessôa explicou também que na indisponibilidade da Rússia e Belarus em suprir potássio para outros países, como o Brasil, o Canadá é a melhor opção. “Os canadenses têm volume suficiente, mas tem que comprar antecipadamente”, reforçou. Ele acredita que os insumos não terão queda de preço até o início da safra, em setembro, e também por esse motivo o produtor não deve esperar. “Se não comprou até agora é porque tá seguindo a orientação de preço, então reveja seu processo de decisão porque o correto é orientação por margem, e dessa forma já teria resolvido a questão dos insumos”, acrescentou.

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Fonte:     matogrossoeconomico.com.br


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