Conversas via whatsapp entre o agiota Rafael Geon, 33, e Leandro Justino, que foi chicoteado por conta de dívida, mostram que os dois tinham “bom relacionamento”. Após Operação Piraim, em que Rafael e outros suspeitos foram presos, prints revelaram que Leandro tinha dívida sobre negociações de joias.
Investigação começou após um vídeo viralizar nas redes sociais, no qual um grupo aparecia agredindo um homem, em estacionamento da avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, durante cobrança de dívida. No dia, vítima era Leandro Justino.
Capturas de tela mostram Geon conversando com Leandro pelo Whatsapp, onde ele fala que não entendeu “aquilo tudo”. Geon se referia às agressões, com chicotes e tapas, cometidas por seus colegas ao cobrar a dívida da vítima.
Leandro disse a Rafael que fez o que pode para livrá-lo na delegacia, informando ao delegado que em nenhum momento o tratou com violência, inclusive, dívida que tinha de joias com ele já estava quitada.
“Delegacia liberou você lá né, no mesmo dia? Eu fiz o que pude livrar lá. Delegado queria todo mundo preso, sequestro, cárcere privado. Não nego e nunca neguei a dívida, vou dar um rumo aqui para os meus negócios, vamos se acertando aí, o que eu puder ajudar aí, conte comigo (sic)”, escreveu Leandro na mensagem.
Conversa dos dois ainda continua com Rafael dando “conselho” para trabalhar vendendo joias para conseguir dinheiro. Empresário mandou fotos de modelos de pulseiras e disse que ele poderia colocar 150% de margem de lucro sobre o valor do produto.
Prints com a conversa do whatsapp foram anexados ao inquérito policial. Rafael Geon foi preso na quarta-feira (20), juntamente com outro suspeito, Bruno Rossi. Em audiência de custódia, defesa alegou que Rafael tem um filho autista e a mulher está grávida de 8 meses. Ele foi liberado.
Outros suspeitos: Sérgio Cordeiro, José Augusto Figueiredo, Benedito Luiz Figueiredo e Guilherme Augusto Ribeiro estão foragidos.
Operação Piraim
Foram cumpridos 11 mandados, sendo 6 de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão. Todos em Cuiabá.
Pai de Leandro disse à polícia que o filho foi levado, no dia 4 de maio, pelo grupo criminoso, que exigia dinheiro em troca da liberdade. A equipe policial foi até o local e, com medo, a vítima declarou que ‘não foi açoitado’.
O homem estava com vários hematomas. Investigação apontou que o homem foi abordado em um posto de combustível, na avenida República do Líbano.
Fonte gazetadigital