Estão sendo cumpridos sete mandados de buscas e apreensão, expedidos pelo Poder Judiciário em Colniza (1.042 km ao Noroeste de Cuiabá), em desdobramento da ação fiscalizatória realizada no dia 05 de agosto
A operação “Jomeri” foi deflagrada na manhã deste sábado contra pessoas físicas e jurídicas responsáveis, em tese, pela organização da ação criminosa conhecida como “Dia do Fogo”. Estão sendo cumpridos sete mandados de buscas e apreensão, expedidos pelo Poder Judiciário em Colniza (1.042 km ao Noroeste de Cuiabá).
A operação é um desdobramento da ação fiscalizatória realizada no dia 05 de agosto, quando o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco Ambiental) desencadeou uma fiscalização para impedir a prática de incêndios florestais criminosos. Conforme informações, dezenas de ações estão sendo ajuizadas para responsabilizar desmatamentos e incêndios florestais já identificados na região, principalmente, na fazenda “Magali”, do ex-deputado José Riva.
A ação de hoje é desenvolvida de forma conjunta pelo Gaeco Ambiental, Promotoria de Justiça de Colniza, Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), Delegacia Regional de Juína, Delegacia Municipal de Colniza, Grupo de Operações Especiais (GOE), Batalhão de Proteção Ambiental da Polícia Militar e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
De acordo com as investigações, um grupo de indivíduos estaria se organizando para provocar, de forma coordenada, queimadas em áreas de floresta nativa em vários pontos da região de Colniza. O modo de agir seria o mesmo utilizado há três anos, no Estado do Pará, quando a fumaça gerada por queimadas criminosas percorreu milhares de quilômetros pelo território brasileiro.
A área total das propriedades investigadas ultrapassa 300 mil hectares, dos quais já se constatou um desmatamento de 50 mil hectares. Os envolvidos na ação poderão responder pelos crimes de associação criminosa, desmatamento e queima ilegal, crime contra a administração ambiental, dentre outros. A investigação teve início no ano de 2021.
Além das medidas de busca e apreensão, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT) instaurou dezenas de procedimentos de natureza cível, buscando a reparação socioambiental pela degradação já ocorrida. O valor total das indenizações é de R$ 421.731.922,05.
Desde a notícia de que ocupantes de uma das fazendas da região promoveriam incêndio criminoso na área, a Sema, por meio da Superintendência de Fiscalização e o Núcleo de Inteligência, Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental e Batalhão de Emergências Ambientais do Corpo de Bombeiros Militar, posicionaram suas equipes na área de forma ostensiva a prevenir e impedir a ação dos infratores, bem como identificar as pessoas ligadas à incitação lesiva ao meio ambiente.
Já foram lavrados 18 autos de infração pela prática de desmate ilegal, que correspondem a 50% do desmate para o município de Colniza. De 08 a 12 de agosto, o Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental aplicou em quatro pontos da região multas de R$ 200 mil por quebra de embargo e de R$ 450 mil desmate ilegal, totalizando R$ 650 mil. Ao todo, foram fiscalizados oito alertas.
Em Mato Grosso, o uso do fogo está proibido desde o dia 1º de julho e a vedação segue até o dia 30 de outubro. Conforme o MPE-MT, a denominação da operação faz referência ao nome do antigo psicólogo que estudou sobre o problema da piromania (caracterizada por atear fogo de forma intencional e compulsivamente) e deu origem a todos os recentes estudos e tratamentos sobre citada síndrome.
Fonte: diariodecuiaba.com.br