O novo presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, iniciou o seu mandato neste domingo (01/12) com uma viagem a Kiev para mostrar o apoio “inabalável” da União Europeia à Ucrânia, ao lado da alta representante da UE para Relações Exteriores, e estoniana Kaja Kallas, e da comissária europeia para Ampliação, a eslovena Marta Kos.
“Desde o primeiro dia da guerra, a UE tem estado ao lado da Ucrânia. Desde o primeiro dia de nosso mandato, reafirmamos nosso apoio inabalável ao povo ucraniano”, disse Costa em uma mensagem nas mídias sociais ao chegar a Kiev, onde afirmou estar “orgulhoso” de estar ao lado de Kallas e Kos. Isso inclui apoio humanitário, financeiro, militar e diplomático, acrescentou. Ele disse que uma questão a ser discutida, além do conflito atual, seria também o “futuro europeu comum” e a integração planejada da Ucrânia à UE.
Costa e Kallas compõem a nova liderança da UE ao lado de Ursula von der Leyen. Eles foram formalmente empossados horas antes, à meia-noite, juntamente com a nova equipe de comissários sob o segundo mandato da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Eles substituíram o ex-presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o ex-diplomata principal do bloco, Josep Borrell, após as eleições europeias de junho.
Incerteza
A visita a Kiev ocorre no momento em que a Ucrânia luta para se defender de uma ofensiva russa e enfrenta a incerteza da política dos EUA em relação a Kiev quando Donald Trump assumir a Casa Branca no próximo mês.
Nesta sexta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, sugeriu que um acordo de cessar-fogo com a Rússia poderia ser alcançado se o território ucraniano sob controle de Kiev estivesse “sob o abrigo da Otan” e ele pudesse negociar diplomaticamente a devolução da parte ocupada pelas forças russas posteriormente.
“Se quisermos acabar com a ‘fase quente’ da guerra, precisamos colocar o território da Ucrânia que controlamos sob o abrigo da Otan. Precisamos fazer isso rapidamente e, então, o restante do território (ocupado) poderá ser retomado diplomaticamente””, afirmou o presidente ucraniano em entrevista à rede britânica de televisão Sky News.
Fortes apoiadores da Ucrânia
Tanto Kallas quanto Costa têm sido fortes apoiadores da Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022. No entanto, nenhum dos dois pode fazer promessas específicas de mais ajuda, já que isso exige o apoio do governos nacionais da UE.
A UE afirma que suas instituições e países membros disponibilizaram cerca de 133 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia desde o início da guerra, mas o apoio futuro permanece incerto, especialmente se Trump reduzir o apoio dos EUA.
Trump criticou a escala da ajuda a Kiev e disse que buscará um fim rápido para a guerra, mas sem especificar exatamente como.
Fonte: dw.com.br