Mulheres do setor cultural foram mais afetadas do que homens na pandemia

Mulheres do setor cultural foram mais afetadas do que homens na pandemia
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Pesquisa foi realizada pelo Itaú Cultural e se baseia em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).​

O Observatório Itaú Cultural apresentou, nesta quinta-feira (30), uma análise do mercado de trabalho na área da economia criativa que compara o período pré-pandemia e o período de retomada, mostrando que as mulheres sofreram impactos de forma muito mais expressiva do que os homens.

Apesar de ambos terem recuperado seu nível de emprego, observado no período pré-Covid, as mulheres demoraram muito mais para voltar a esses patamares e ainda tiveram maior queda na ocupação dos postos de trabalho. Ao analisar o período do primeiro trimestre dos anos de 2020 e 2021, percebe-se que elas caíram cerca de 4% (-135.079), enquanto para os homens a queda nos postos de trabalho foi de 1% (-33.429).

O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, em declaração para Folha de S.Paulo, afirma que “em virtude da pandemia, com as mulheres terem continuamente uma jornada tripla e segurarem a onda de casa, dos filhos, elas foram as mais impactadas. É bom lembrar que a gente foi um dos países que ficaram com as escolas fechadas por mais tempo. Isso tem uma repercussão imensa numa casa em que a mulher, na maioria das vezes, é quem segura o trabalho num país tão patriarcal”.

A área da Economia criativa engloba os setores de publicidade, arquitetura, moda, design, serviços de informática, artesanato, comunicação, artes cênicas entre outras atividades. A pesquisa se baseia em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).​

Setor Criativo

Ainda segundo a pesquisa, o setor de economia criativa não apenas demonstrou recuperação como também aumentou seu nível de emprego, fato observado no 1º trimestre de 2022, com um salto de 7,41 milhões no número de trabalhadores ocupados. Isso representa uma elevação de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, ou seja, 814 mil novos postos de trabalho. De acordo com a análise, isso supera os números pré-pandemia, que até o início de 2020 contabilizava 6,84 milhões de vagas de trabalho.

Eduardo Saron atribui essa recuperação do setor, ainda em processo de retorno, sobretudo ao incentivo da Lei Aldir Blanc. De autoria da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e criada especialmente para ajudar o setor de cultura a enfrentar a crise durante a pandemia, o projeto destinou R$ 3,6 bilhões para ações emergenciais no setor cultural, beneficiando artistas e trabalhadores da área afetados pelas restrições impostas pelo isolamento social necessário para conter o avanço da Covid-19.

Dentre os segmentos de trabalhadores do setor cultural, os especializados foram os que obtiveram maior crescimento na oferta de postos – mesmo após sofrer uma queda de 27% entre 2020 e 2021, representando cerca de 198 mil postos de trabalho perdidos.

Com informações de agências

Fonte:   brasilcultura.com.br


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