Eles não eram registrados e estavam alojados em situações precárias e em péssimas condições de higiene
Quatorze trabalhadores submetidas a condições análogas à escravidão foram resgatadas, durante operação realizada em Paranatinga (378 km ao Norte de Cuiabá),. em uma propriedade onde é realizada extração de madeira de eucalipto.
A pedido do empregador, os trabalhadores foram levados para a fazenda por quatro intermediadores de mão de obra, os chamados “gatos”.
A ação foi deflagrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no fim de agosto passado.
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Na área, foi constatado que nenhuma das vítimas era registrada.
Divididos em dois grupos, os trabalhadores estavam alojados em situações precárias e em péssimas condições de higiene.
Em um dos alojamentos, não havia camas e os colchões foram comprados em loja de produtos usados.
Conforme o MPT-MT, além de sujo, o local não possuía armários para a guarda dos pertences, os quais ficavam espalhados pelo chão
Operação foi realizada em Paranatinga,. em uma propriedade onde é realizada extração de madeira de eucalipto.
Os cômodos eram separados por algumas divisórias de lona, conforme informações da assessoria de imprensa do MPT-MT.
O outro grupo ficava em pequenas barracas de acampamento, montadas sob pallets de madeira com pregos à mostra.
As vítimas tiveram descontados de seus ganhos R$ 200 por barraca.
No local, não havia vaso sanitário e os trabalhadores utilizavam buracos como latrinas para suas necessidades fisiológicas.
Também foi verificado o emprego de motosserras por trabalhadores sem treinamento, além da ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O empregador foi autuado pela exploração de trabalho análogo ao escravo e realizou o pagamento de todos os resgatados.
O valor das verbas rescisórias calculado totalizou R$ 140 mil.
Também foi firmado um termo de ajuste de conduta (TAC) com o MPT, sendo estabelecida uma compensação por dano moral coletivo de R$ 20 mil.
Já a DPU determinou o pagamento de R$ 2 mil para cada trabalhador, a título de dano moral individual.
Os auditores-fiscais do Trabalho emitiram as guias de seguro-desemprego e os 14 trabalhadores devem receber as três parcelas de um salário-mínimo cada.
Fonte: diariodecuiaba.com.br