Neurilan Fraga (PL), em entrevista nesta segunda-feira (2) após ser derrotado por Léo Bortolin (MDB) na eleição da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), afirmou que houve “abuso de poder econômico” em favor de seu concorrente. Ele citou benefícios oferecidos a prefeitos em busca de votos, boca de urna e também o apoio explícito de membros do Poder Judiciário e Ministério Público a Bortolin.
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Fraga citou a disputa judicial que precedeu a eleição. Após pedido de Léo Bortolin a chapa de Neurilan chegou a ser suspensa, mas com a decisão da presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ele conseguiu concorrer. Neurilan também destacou outros atos graves que observou.
“Uma outra coisa também que aconteceu, colaborado pela Justiça, presidente a 7ª Vara [Cível], é o abuso de poder econômico, a outra candidatura foi feita em cima de 5 aviões no Estado todo, ontem reservaram hotéis, ofereceram para os prefeitos hospedagem de graça, hoje foi feito boca de urna, inclusive dentro, na hora da votação, tudo isso permitido pela Justiça, porque a comissão eleitoral tinha proibido fazer, no entanto, o Léo entrou com um pedido de liminar e o juiz da 7ª Vara falou que podia tudo, então teve também um exagero aí no poder aquisitivo, no poder econômico, muitas promessas, mas vou aceitar o resultado da eleição”.
Ele afirmou que não irá judicializar o resultado da eleição, que respeita o desejo da maioria dos prefeitos em substituí-lo, mas que isso não apaga as interferências que ocorreram.
“Teve interferência de tudo quanto é lado, tinha desembargador pedindo voto para a outra chapa, tinha promotores também trabalhando para outra chapa, sindicatos rurais trabalhando para outra chapa, então foi, assim, uma eleição desequilibrada em função do poder econômico, […] mas o que valeu é o resultado no voto, o Léo teve mais votos que eu então ele vai ser o novo presidente da AMM a partir de janeiro do ano que vem”.
Neurilan, que buscava seu 5º mandato consecutivo, ainda pontuou que se orgulha das contribuições que fez à AMM e da posição que a entidade ocupa hoje.
“Quando eu entrei em 2015 a instituição estava totalmente desacreditada, desaparelhada, era um ‘cabidão’ de emprego, quem mandava aqui eram lideranças de outros poderes. A gente moralizou, recuperamos a entidade, […] tem crédito perante os demais poderes, porque nós não aceitamos que na gestão da AMM tivesse interferência política, de nomeações, de contratações […] Eu me dediquei muito na representação dos prefeitos tanto em Mato Grosso quanto em Brasília, discutindo as principais pautas que envolvem os municípios de Mato Grosso, fiz minha contribuição”.
Fonte: gazetadigital.com.br