O senador expôs projeto do grupo oriundo do antigo DEM em retomar a liderança e o protagonismo da direita tradicional nas eleições majoritárias no estado
O senador Jayme Campos (UB) deve mesmo ser candidato à sucessão do governador Mauro Mendes nas eleições de 2026. O líder várzea-grandense confirmou que o projeto é para valer e que vai articular a candidatura junto às bases do partido e da sociedade. Inclusive, Campos já teria comunicado o governador sobre a iniciativa.
O mandato de Senador do qual Jayme está investido termina em 2026 e ele, aos 72 anos, disse que está “queimando gasolina azul” ao se referir a vontade de continuar fazendo política. Campos considera que, com seu currículo, tendo sido duas vezes governador, duas vezes senador, três vezes prefeito de Várzea Grande, tem plenas condições de disputar qualquer cargo eletivo no estado e vencer.
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Conforme o senador, o projeto de sua candidatura ao Palácio Paiaguás passa por eleger o maior número possível de prefeitos, vice- prefeitos e vereadores, em 2024.
Paralelamente, no entanto, seu partido vive um profundo racha em torno da disputa entre o deputado estadual Eduardo Botelho e o chefe da Casa Civil, deputado federal licenciado Fábio Garcia, pela indicação à candidato do UB à prefeitura de Cuiabá no ano que vem.
Jayme reconhece que essa situação já se estendeu por tempo excessivo e que causa desgaste desnecessário ao partido. O senador claramente apoia a candidatura de Botelho e vê com muita cautela as manobras do governador para viabilizar o nome de Garcia para o pleito na capital.
Alinhado com o irmão, o deputado Júlio Campos, o senador tem feito seguidos alertas ao grupo palaciano do União Brasil que a saída de Eduardo Botelho do partido, medida que vem sendo fortemente cogitada nos bastidores, pode implodir de vez o UB.
“Pode ocorrer uma debandada de lideranças importantes que acompanhariam o Botelho. Isso seria muito ruim para o União. Minha expectativa é de que essa disputa seja resolvida o quanto antes por meio de um entendimento”, disse Campos.
A disposição de Jayme Campos em disputar o Governo do Estado altera de forma sunstancial a configuração do cenário político que vinha sendo desenhado para 2026. Uma candidatura do senador ao Palácio Paiaguás colocaria por terra alguns arranjos que sustentam a base de apoio do governador Mauro Mendes e influiria, inclusive, na composição de alianças mais à esquerda e à extrema direita, esvaziando algumas pretensões.
A pré-candidatura mais afetada de imediato, no entanto, seria a do senador Wellington Fagundes (PL), sempre cogitada e nunca efetivada. Mais uma vez, Wellington seria forçado a recuar, já que toda a sua base eleitoral é focada nos eleitores de direita e centro direito que migrariam, na sua maioria, para a candidatura de Jayme Campos, um candidato já experimentado no governo do estado e que deixou um legado positivo que pode ser resgatado.
Outro pré-candidato que perderia espaço seria o atual vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos).
Pivetta tem trabalhado arduamente para construir bases que lhe dê sustentação suficiente para pleitear a herança a ser deixada pelos oito anos de governo compartilhado com Mauro Mendes. Uma candidatura própria dentro do UB não interessa de forma alguma ao vice-governador e tem potencial para causar uma implosão na base de apoio governista antes mesmo dos debates eleitorais de 2026 ganharem protagonismo nas rodas políticas.
Fonte: copopular.com.br