Vereadora Edna Sampaio (PT) é interrogada pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, na tarde desta quarta-feira (28), na Câmara Municipal de Cuiabá, sobre acusação de que teria feito “rachadinha” em seu gabinete. Audiência começou com algumas trocas de farpas entre o advogado de defesa e o presidente da comissão, Rodrigo Arruda (Cidadania). Assista ao vivo a audiência no final da matéria.
Edna é acusada de transferir o valor integral da VI destinada à ex-chefe de gabinete, Laura Abreu. Tudo veio à tona quando a ex-servidora em questão foi demitida grávida. Ela depôs na quinta-feira (22) à Comissão e admitiu alguns erros em assinaturas e disse que era “inexperiente”. Ex-servidora foi a primeira a ser ouvida, bem como o marido da vereadora, William Sampaio, acusado de orquestrar todo o dinheiro da Verba Indenizatória.
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Em sua declaração inicial, Edna Sampaio leu a regra da Casa sobre a destinação da Verba Indenizatória. Ela declarou que a VI não é de “propriedade” da chefe de gabinete. Vereadora negou toda a acusação feita por suposta rachadinha e disse que lamentavelmente Laura mentiu.
“Na sessão anterior, onde o William César Sampaio esteve, teve um questionamento de que a lei [Verba Indenizatória da chefe de gabinete] houve uma regulamentação. Nós procuramos em todos os lugares de arquivamento das leis desse município, dessa Casa e não encontramos a regulamentação. (…) Insistentemente meus colegas aqui que tem feito o papel de acusação e eu quero aqui, colocar notavelmente o nome do Dilemário, insistir textualmente que a Verba Indenizatória é propriedade da chefe de gabinete, isso não tem qualquer amparo legal”, disse Edna.
Em seu momento de questionamento à Edna Sampaio, o vereador Dilemário Alencar (Podemos), perguntou sobre as contas conjuntas com a então chefe de gabinete, Laura Abreu. Nervosa, a parlamentar respondeu o colega de parlamento querendo dizer que o problema está indo para o lado pessoal.
“Vereadora Edna Sampaio tem mais o que fazer. Eu sou a única vereadora aqui, vereador, que o senhor sobe na tribuna pra me chamar de mentirosa, par chamar de mau caráter, pra dizer que eu sou incoerente, que eu sou hipócrita, que eu fabriquei um documento, ou seja, que eu sou estelionatária. Quer dizer, é assim que o senhor trata uma mulher? A primeira mulher preta eleita pra poder fazer parte desta Casa? É assim que o senhor que as mulheres sejam tratadas nessa casa? Não pode ser vereador. Fiquei atentada a não lhe responder, mas hoje digo o seguinte, o senhor quis me trazer pra comissão de ética, o senhor ficou atrás de um documento apógrafo e quero denunciar, vou ajuntar isso na minha denuncia na Polícia Federal por violência de politica de gênero, um documento apógrafo que lamentavelmente foi acolhido por essa comissão, que é um tal movimento de combate a corrupção de Cuiabá”, disse.
Logo em seguida, houve uma confusão na sala entre os vereadores, Edna Sampaio e advogados de defesa. Um público que está no local em apoio a depoente, também entrou na situação. Presidente da Comissão pediu ordem e informou se houver novamente tumulto, todos serão retirados da sala.
Sessão foi encerrada com os vereadores a flor da pele e o presidente da Comissão brincou ao final dizendo que a audiência da transmissão ao vivo no Youtube foi alta: “Deu bom”. Ao final, Edna pediu em sua fala final a defesa sobre a demissão da gravidez da então chefe de gabinete, Laura. Ela chegou a citar que não é objeto do processo, mas que fazia questão em falar a sua defesa sobre a demissão.
Fonte: gazetadigital.com.br
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