Os senadores Jayme Campos (União) e Wellington Fagundes (PL) se esquivaram da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os ataques terroristas protagonizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.
A CPI foi proposta é articulada pela senadora Soraya Thronicke (União-MS), que aguarda o início da nova legislatura para tentar colher assinaturas necessárias para a criação do procedimento de investigação.
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Em entrevista ao GD, Jayme se manifestou contrário a ideia de Soraya, que é integrante do seu partido. O parlamentar avaliou que os crimes já estão sendo investigados pelos órgãos competentes e que a abertura da CPI poderia ser utilizada como “palanque político”.
“Não seria razoável apresentar uma CPI se os órgãos de Segurança e a Justiça já estão apurando se houve vandalismo ou terrorismo. Eu particularmente não assinei e nem vou assinar. Sou contra, até porque eu acho que todas as providências já foram tomadas. Nós não podemos usar desse caso para construir palanque político”, disse por telefone.
Já o senador Wellington Fagundes (PL), filiado ao partido de Bolsonaro, colocou em xeque a propositura de Soraya, que dependerá do apoio dos parlamentares que tomarão posse em fevereiro deste ano.
“A CPI só vai funcionar com o novo mandato. Só os novos senadores ou Congresso Nacional de fato apoiar”, iniciou. Ao ser questionado se poderia assinar a CPI, Fagundes desconversou. “Vamos analisar, eu não posso falar nada agora”, disse à reportagem enquanto se deslocava para seu veículo após uma coletiva de imprensa no Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso.
Ex-bolsonarista apoia
Conforme noticiou o Jornal AGazeta, a senadora Margareth Buzetti (PSD) foi a única representante mato-grossense do Senado Federal a apoiar a CPI para apurar os atos terroristas contra os três Poderes da Constituição, no domingo (8), em Brasília.Buzetti, que foi defensora ferrenha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral, migrou ao Partido Social Democrático (PSD) e hoje integra a base de sustentação do governo Lula.
CPI
Para ser aberta, um pedido CPI precisa ter 27 assinaturas. A senadora já conseguiu 47 assinaturas. Mas não se pôde abrir uma comissão parlamentar de inquérito em uma legislatura e fechar em outra. Portanto, a CPI do 8 de Janeiro será aberta só em fevereiro.
Além disso, só serão validadas as assinaturas de senadores que tiverem mandato a partir de do dia 1º do próximo mês. Thronicke afirma ter 33 nesse cenário
Lula é contra
Em entrevista exclusiva ao canal de televisão por assinatura GloboNews no dia 18 de janeiro, Lula afirmou ter “instrumentos para fiscalizar o que aconteceu” no 8 de Janeiro por outras vias que não uma CPI. O chefe do Executivo disse que a instalação de uma comissão no Congresso “pode não ajudar” e “criar uma confusão tremenda”.
“Nós estamos investigando, tem 1.300 pessoas presas. Nós estamos ouvindo depoimento, estamos pegando telefone celular, nós temos filmagens das câmeras que mostram quem participou, quem não participou. Nós sabemos quem foi negligente, quem não foi negligente”, disse o petista.
Fonte: gazetadigital.com.br