Neste ano, até o momento, o Estado tem a 12ª taxa incidência da doença dentre as 27 unidades da federação; na madrugada desta quarta-feira (14), o escrivão de polícia, Antônio Roberto Rodrigues Constante, 52 anos, morreu com suspeita de dengue hemorrágic
Em meio a mais uma morte suspeita por dengue, Mato Grosso registra, no momento, a 12ª taxa incidência da doença dentre as 27 unidades da federação. De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde o início de janeiro deste ano, o Estado registrou 4.012 notificações prováveis de dengue, o que corresponde ao coeficiente de 109,7 casos para cada 100 mil habitantes.
Na primeira posição do ranking nacional, está o Distrito Federal com incidência de 2.286,2 casos por 100 mil pessoas, seguido de Minas Gerais (836,3/100 mil) e do Acre (582,2/100 mil). Do Centro-Oeste, o estado de Goiás aparece em quinto lugar, com 450,9 ocorrências por 100 mil indivíduos e, o Mato Grosso do Sul na 13ª colocação, com 109,7 casos/100 mil. Os dados correspondem as seis primeiras semanas epidemiológicas de 2024.
Há ainda um óbito confirmado e outros três em investigação. A morte mais recente é a do escrivão de polícia Antônio Roberto Rodrigues Constante, 52 anos, ocorrido na madrugada desta quarta-feira (14), com suspeita de dengue hemorrágica.
De acordo com a Polícia Civil, o escrivão deu entrada na unidade de pronto atendimento (UPA), na manhã da última segunda-feira (12), sendo encaminhado para unidade de terapia intensiva (UTI), onde foi intubado. Porém, ele não resistiu e veio a óbito. Antônio Roberto estava lotado na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) de Várzea Grande. Em nota, a Polícia Civil lamentou a morte do servidor e prestou condolências aos amigos e familiares.
Em nível nacional, já foram registrados 512,3 mil casos e 75 óbitos desde o início do ano. Contudo, projeções do Ministério da Saúde estimam que o número de notificações neste ano pode chegar a 4,2 milhões, o que configuraria um recorde histórico. Entre os motivos, as autoridades públicas e especialistas atribuem o crescimento a um conjunto de fatores, como a introdução de novas versões do vírus no país, como o sorotipo 3 e que não causava epidemias há 15 anos; as mudanças climáticas e o arrefecimento de medidas de combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que também causa a zika e chikungunya.
Diante do cenário, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) elaborou um Plano de Contingência para enfrentamento das arboviroses, enfermidades causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. O documento contém as ações estratégicas a serem adotadas pelo Estado e municípios com o objetivo de fortalecer a prevenção e controle das doenças.
De acordo com o plano, a Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica irá monitorar os indicadores epidemiológicos, entomológicos e operacionais; o aumento na procura por unidades de saúde por pacientes com suspeita de dengue, chikungunya ou zika ou aumento no número de internações; entre outras.
O documento traz ainda atividades específicas a serem executadas em cada cenário de alerta, com base nos indicadores de transmissão dos municípios. O cenário será classificado em silencioso, risco inicial, risco moderado e alto risco.
“Não medimos esforços no enfrentamento das arboviroses. Capacitamos constantemente os profissionais da saúde, seja no manejo correto dos casos suspeitos ou na vigilância ambiental”, disse o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo por meio da assessoria de imprensa. “Além disso, mantemos a distribuição de insumos estratégicos, como medida complementar ao controle dos vetores”, completou.
Ainda, conforme dados do MS, os resultados do terceiro levantamento rápido de índice de infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do levantamento de índice amostral (LIA) de 2023 indicaram que 74,8% dos criadouros do mosquito Aedes estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção, a exemplo de sanitários estocados e canos.
O levantamento apontou que depósitos de armazenamento de água elevados, como caixas d’água, tambores e depósitos de alvenaria e, no nível do solo, como tambor, barril, cisternas, poço ou cacimba, aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os agentes de combate a endemias e comunitários de saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.
Vale lembrar que os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
Fonte: diariodecuiaba.com.br