Só em setembro, 3,1 milhões de hectares de vegetação foram queimados em MT – aumento de 401% em relação a 2023
Juntos, Mato Grosso, Pará e o Tocantins responderam por 56% da área queimada no Brasil, nos nove primeiros meses de 2024.
Somente em Mato Grosso, foram 5,5 milhões de hectares consumidos pelas chamas entre janeiro e setembro deste ano, o que corresponde a 25% do total de 22,38 milhões de hectares atingidos pelo fogo no país.
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Os dados são do mais recente levantamento do Monitor do Fogo do MapBiomas, divulgado no último dia 11 de outubro.
Segundo o estudo, uma área comparável ao Estado de Roraima foi queimada em todo território nacional no mesmo período, sendo 13,4 milhões de hectares a mais que em 2023.
“O salto de um ano para o outro foi de 150%”, aponta o MapBiomas.
Depois de Mato Grosso, em segundo lugar aparece o Pará, com 4,6 milhões de hectares queimados e, em terceiro, o Tocantins, com 2,6 milhões de hectares.
Mais da metade (51%, ou 11,3 milhões de hectares) da área queimada nos nove primeiros meses deste ano fica na Amazônia.
“O período de seca na Amazônia, que normalmente ocorre de junho a outubro, tem sido particularmente severo neste ano, agravando ainda mais a crise dos incêndios na região, um reflexo da intensificação das mudanças climáticas, que acabam tendo papel crucial para a propagação de incêndios. Isso se reflete nos números de setembro, onde metade da área queimada na região foi em formações florestais”, disse Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo.
Dentre os meses, até o momento, setembro mantém-se como o pico das queimadas deste ano, com 10,65 milhões de hectares queimados no espaço de tempo de 30 dias.
Deste total, 3,1 milhões de hectares foram apenas no território mato-grossense, o que corresponde a aumento de 401% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os 10 municípios mato-grossenses mais afetados pelo fogo no mês passado foram Cocalinho (181.647 ha); Peixoto de Azevedo (175.288 ha); Ribeirão Cascalheira (173.162 ha); Santa Terezinha (169.966 ha); Luciara (151.538 ha); Cáceres (133.718 ha); Novo Santo Antonio (125.035 ha); Paranatinga (100.342 ha); Marcelândia (80.231 ha) e São Feliz do Araguaia (78.147 ha).
Ainda conforme o MapBiomas, no geral, aproximadamente três em cada quatro hectares queimados (73%) eram de vegetação nativa, principalmente formações florestais, que ocupavam 21% da área queimada.
Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens plantadas se destacaram, com 4,6 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro deste ano.
Vale lembrar que, desde julho passado, o uso do fogo na zona rural está proibido em Mato Grosso.
Na Amazônia e Cerrado, a proibição prossegue até 30 de novembro, enquanto no Pantanal a proibição se estende até 31 de dezembro.
Devido estiagem severa, o Corpo de Bombeiros pede que a população colabore e respeite o período proibitivo.
Desde o início do ano, o Governo do Estado garante que tem atuado de forma integrada em ações preventivas contra os incêndios florestais.
São R$ 74,5 milhões para o combate de crimes ambientais, dos quais R$ 30,9 milhões são exclusivamente para combate aos incêndios.