Internação da menor B.D.O.C, que matou Isabele Ramos Guimarães, 14,completa um ano este mês. Desde que foi encaminhada à ala feminina do Complexo Pomeri, a defesa da jovem tentou vários recursos, mas todos negados. O último deles foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no dia 14 de dezembro, e negado.
B. está internada desde 19 de janeiro, por força da decisão da juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá. A sentença prevê reclusão de até 3 anos, com avaliação semestral, pelo ato infracional análogo ao homicídio doloso .
Essa é a segunda determinação de internação da menor. A primeira foi em 15 de setembro de 2020, mas ela ficou recolhida por apenas 16 horas.
Desde que foi internada, há relatos de que a adolescente usufrui e privilégios não oferecidos às demais internas. Conforme matéria do jornal A Gazeta, de abril de 2021, a menor recebia visitar frequentes dos pais, que levavam alimentação diferenciada para ela. Por meses, a garota ficou sozinha em uma cela. Com o aumento no número de internas, ela passou a dividir espaço.
Durante todo o processo até o julgamento, a mãe de Isabele, Patrícia Ramos, deu várias entrevistas, inclusive para programas nacionais, exigindo Justiça. Ela promoveu campanhas pela cidade e fixou outdoors relembrando o caso.
No dia 12 de novembro, data em que a vítima completaria 16 anos, a mãe publicou carta em rede social,
“Há 16 anos atrás eu a recebia em meus braços. Um misto de emoção, sentimentos…em meio a essa experiência única e mágica que é ser mãe. Ao longo dos anos você cresceu e sempre nos surpreendendo com sua graciosidade, energia, sorriso, sabedoria, curiosidade… Não só hoje nesse dia tão significativo e especial eu me lembrarei de você minha filha mas em todos os dias que Deus permitir que eu viva. ‘Alma minha gentil que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no céu eternamente, e viva eu cá na terra sempre triste’”, diz trecho da homenagem.
O caso
Isabele Guimarães Ramos, 14, foi morta com um tiro no rosto, em 12 de julho de 2020, quando estava na casa da melhor amiga, a adolescente B.D.O.C.
A amiga alegou que o disparo que matou Isabele foi acidental, no entanto, o inquérito da Polícia Civil concluiu que o homicídio foi doloso, ou seja, com intenção de matar.
O tiro que matou a menina foi disparado em linha reta, a curta distância. O cenário descartou possibilidade de acidente, como a ré alegou.
A investigação durou 50 dias e autuou 4 pessoas, além da adolescente, que chegou a ser denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), foi internada e passou menos de 16 horas no Pomeri, mas conseguiu liberdade, depois houve nova decisão que a mantém recolhida até então.
O Ministério Público do Estado (MPE) denunciou o empresário Marcelo Martins Cestari e a esposa Gaby Martins Cestari, pais da adolescente que matou Isabele, pelos crimes de homicídio culposo, corrupção de menor, porte ilegal de arma, fraude processual e entregar arma para menor de idade. Caso condenados, eles podem pegar mais de 15 anos de prisão. O pai foi absolvido do crime de porte ilegal de arma, ainda não houve decisão em relação aos demais crimes.
Fonte: gazetadigital.com
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