MT: REDE ESTADUAL: Em Cuiabá, alunos reiniciam aulas em escolas sem estrutura

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Por mais que obras sejam vistas como necessárias, há a preocupação com impactos na aprendizagem e com acidentes

Diário de Cuiabá
Na Escola Malik Didier, no Pedra 9, é feita a troca de telhado e os entulhos estão espalhados pela área externa da unidade

O retorno ao segundo semestre do ano letivo de 2022 é marcado pelo transtorno para parte dos alunos da rede estadual de ensino, em Mato Grosso.

Os problemas decorrem da realização de reforma nas unidades e, por mais que as obras sejam vistas como necessárias, há a preocupação com impactos negativos na aprendizagem e também quanto aos riscos de acidentes.

Exemplo disso acontece nas escolas estaduais Jercy Jacob, localizada no Bairro Água Vermelha, em Várzea Grande, e na Malik Didier, que fica no Pedra 90, em Cuiabá.

A informação é de que ao menos 13 unidades passam por reforma, neste momento em que as atividades educacionais são reiniciadas no Estado.

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No caso da Jercy Jacob, os 400 alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental são obrigados a assistir aulas em meio à poeira provocada pelas obras, entulhos, falta de água e sem energia elétrica.

A unidade atende crianças a adolescentes na faixa etária dos 10 aos 14 anos.

Por isso, o Conselho Deliberativo, ainda na terça-feira, levaria a situação ao conhecimento do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT).

“Vamos acionar o Ministério Público para tomar ciência dessa situação. O que é o Governo do Estado está fazendo conosco aqui, com a nossa escola?”, questionou a presidente do Conselho Deliberativo da Escola, Josete Maria da Silva.

Segundo ela, a direção da escola sugeriu alternativas à Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) como forma de amenizar os impactos aos alunos, mas as propostas foram descartadas pelo órgão estadual de ensino.

“Essa situação da nossa escola tem mais de 30 dias a gente explicando para a Seduc o que está acontecendo. Sugerimos o aluguel de um prédio aqui na frente e eles nos deram uma negativa. Disseram que não precisam alugar prédio nenhum e que os alunos têm sim condições de virem para assistir as aulas”, relatou.

O aluguel de salas para o período em que as obras ocorressem seria da ordem da R$ 2 mil ao mês.

Conforme Josete Maria, também sugerida a realização de aulas online o que também foi descartada pela Seduc-MT. Enquanto isso, alunos e professores enfrentam salas escuras e o calor insuportável.

“A escola está sem energia, sem condições de fazer o lanche para as crianças, está sem água para beber, para o banheiro, para tudo”, lamentou.

Os alunos também protestam e em cartazes cobram: “Queremos estudar com dignidade” e “Nossa escola merece respeito”.

A reforma começou no dia 22 de junho passado, mas, na segunda-feira, os trabalhos estavam paralisados, segundo os funcionários do colégio.

A previsão é de que os trabalhos durem 13 meses.

Situação semelhante acontece na Escola Malik Didier, que fica no Bairro Pedra 90, em Cuiabá.

Por lá, está sendo feita a troca de telhado e os entulhos também estão espalhados pela área externa da unidade.

A avaliação da comunidade escolar é de que o colégio também não oferece condições ou estrutura para a volta às atividades.

Em ambos casos é cobrada celeridade nas obras.

A reportagem do DIÁRIO procurou a Seduc-MT para um posicionamento sobre os problemas, mas até a edição desta matéria, não obteve um retorno.

CONTRAPONTO – Em Mato Grosso, os cerca de 380 mil alunos da rede estadual de ensino retornaram às salas de aulas, nesta semana, após o recesso de julho.

O governador do Estado Mauro Mendes (União Brasil) participaria do reinício das atividades, na Escola Estadual Tiradentes, em Cuiabá.

Mas, a agenda foi desmarcada, após a primeira-dama Virginia Mendes ser internada em um hospital particular de São Paulo.

Com metodologia de ensino nos moldes da disciplina militar, a “Tiradentes” compartilha o mesmo prédio da Escola Técnica Estadual (ETE), inaugurada no início do ano pelo Governo do Estado.

Lá, foram investidos mais de R$ 15 milhões para a conclusão da unidade, recursos estadual e federal.

Fonte:    diariodecuiaba.com.br


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