O governador Mauro Mendes (União) terá que resolver uma difícil equação para evitar um racha entre os partidos que compõem sua base aliada, nas eleições de 2022. O pano de fundo para a discussão tem justamente a disputa ao Senado Federal, que divide o chefe do Executivo entre dois fortes aliados e pré-candidatos ao pleito: o deputado federal Neri Geller (PP) e o senador Wellington Fagundes (PL).
Na quinta-feira (7), Neri se reuniu com Mendes para comunicar às articulações que tem construído com a esquerda e também deixou claro que o Partido Progressista (PP) pode desembarcar do arco de aliança do Palácio Paiaguás, caso a legenda do governador feche coligação com Partido Liberal (PL), de Fagundes.
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Após 3 horas de conversas intensas, o congressista deixou o gabinete do chefe do Executivo no com a promessa duma decisão nos próximos dias.
“Estamos 100% com Mauro? Não tem isso. Estamos 100% fora, também não tem isso. Estamos conversando para consolidar uma conversa. Ele pediu mais alguns dias para decidir… Se o Mauro fechar com o Wellington, acabou com o compromisso de caminhar junto com o governador”, disparou após o encontro.
A reunião aumenta os rumores em torno de uma possível racha entre os partidos que apoiam o governador. Isso porque a candidatura de Neri Geller é impulsionada pelo PP, PSD e MDB, todos eles integrantes da base de sustentação do Palácio Paiaguás.
Uma eventual saída do PP desse grupo pode desestabilizar os pilares do chefe do Executivo, que se prepara para disputar um segundo mandato. O nocaute foi sentido por Mendes, que já vinha demonstrando uma grande aproximação com Fagundes por meio de uma articulação que também o beneficiaria com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso.
“Se o governador fechar com o PL, não vai ter espaço para eu caminhar com ele, definitivamente não. Nós estamos conversando, até porque os partidos que deram sustentação ao meu projeto é o PP, PSD e MDB”, acrescentou.
Apesar de também estar fechando alianças com partidos que vão apoiar o ex-presidente Lula, Neri ponderou ainda que não vê problema do governador apoiar Bolsonaro, desde que o partido não esteja coligado com o PL. “Eu não preciso ser adversário do Mauro para ser candidato ao Senado, desde que ele não esteja contra mim. Esse movimento que eu fiz foi em torno de uma decisão, eu não posso ficar esperando até as convenções”, finalizou.
Fonte: gazetadigital.com.br