Inaugurada em dezembro de 2016, a Orla do Porto apresentou problemas estruturais pouco tempo depois de ser entregue. Desde então, as falhas se multiplicaram. O local, que era para ser um ponto de lazer aos cuiabanos e visitantes, está parcialmente interditado. Blocos de concreto delimitam o “espaço” seguro para transitar, pois as margens estão desmoronando. Além disso, quem trabalha próximo ao local diz que o espaço de tornou uma “cracolândia”.
Ao GD, comerciantes relataram abandono do espaço e até prejuízo às vendas, já que a região está deserta de visitantes e tomada por sem-teto e usuários de drogas. Daniel Oliveira, 33, possui uma loja de embalagens no bairro e afirmou que a orla só trouxe retorno financeiro na inauguração. Meses depois ela deixou de ser atrativa para as famílias cuiabanas e se tornou área de permanência de pessoas em situação de rua. Além da insegurança, as rachaduras no piso, falta de iluminação e risco de desabamento impedem a prática de atividades recreativas ali.
Ele conta que já faz 5 anos que o calçadão da Orla está desmoronando. “A prefeitura esteve no ano passado. Disseram que a obra para restauração começaria em 30 dias, já faz mais de dois meses e não começou obra nenhuma”, explicou.
Próximo aos barzinhos da orla, o GD conversou com o comerciante Joelson de Almeira, 54, que possui uma pastelaria no local. Ele relatou que os blocos de concreto foram colocados no início do ano passado, mas que nada foi feito para conter os danos o avanço da erosão.
“Como a estrutura está caindo, as pessoas deixaram de fazer caminhada por aqui, já não andam de bicicleta mais. A orla toda estava toda escura, eles arrumaram as luzes na semana passada. O sentimento é de total abandono”, disse à reportagem.
Além do descaso com a estrutura, a limpeza também é precária. Muitas lixeiras estão transbordando de detritos, que também se acumulam nas rachaduras do chão.
Um ponto comum nas queixas dos comerciantes foi a quantidade de pessoas sem-teto que ficam no local.
“Já foram flagrados casos de assalto, já quebraram o carro de uma mulher que veio fazer caminhada aqui, eu já tive meu celular roubado. Até existe rondas, mas os policiais vêm, ficam um pouco e vão embora. Aqui virou uma cracolândia”, conta Daniel.
Outro lado
Procurado, o secretário de Turismo Lincoln Sardinha esclareceu que foram realizados estudos técnicos para solucionar os problemas do rebaixamento do solo e que os recursos para essa reforma serão viabilizados por meio de emenda parlamentar, com previsão de entrega em dezembro de 2024.
Veja nota na íntegra:
Sobre a calçada, rachaduras no piso e o Mirante na Orla do Porto em Cuiabá, o secretário de Turismo, Lincoln Sardinha esclarece que o local foi entregue no final do mandato da gestão Mauro Mendes em 2016, sem lixeiras e com diversos vícios construtivos, dentre eles ausência de juntas de dilatação adequadas para o ambiente em questão.
Desde então, a gestão Emanuel Pinheiro veio corrigindo os problemas de forma pontual. Ocorre que, o acréscimo significativo das rachaduras nos pisos, aliados aos demais vícios ocorridos na execução da obra à época, culminaram em “rebaixamento” do solo, nas proximidades do alambrado. Frente ao fato, a pedido do prefeito Emanuel, a secretaria realizou estudo técnico e projeto para solucionar definitivamente o problema – revitalizando toda a extensão do local com concreto usinado.
Os recursos já estão sendo viabilizados por meio de emenda parlamentar junto ao deputado federal, Emanuelzinho e a previsão de entrega é para no máximo até dezembro deste ano.
A revitalização incluirá todas as demandas da Orla do Porto, incluindo o Mirante.
Fonte: gazetadigital.com.br