Durante a sessão da Câmara Municipal de Cuiabá desta terça-feira (20) os vereadores voltaram a divergir sobre a eficiência, ou não, da intervenção do Estado na saúde da capital. A medida recentemente completou 90 dias. Vereadores da base do prefeito e até da oposição apontaram as falhas, enquanto os apoiadores da interventora pontuaram que a situação era muito pior quando o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) tinha controle sobre a pasta.
Leia também – Justiça autoriza perícia requerida por empresa após moradores acusarem risco
Com pouco mais de 90 dias de intervenção, os resultados dos trabalhos ainda são questionados pelos parlamentares. O primeiro a fazer críticas, na sessão de hoje (20), foi o vereador Dr. Luiz Fernando (Republicanos).
Ele sugeriu a implantação do chamado “plantão Cinderela”, que tem apenas 6h de duração. O motivo é a falta de médicos em algumas unidades de saúde. “Minha formação foi fora de Cuiabá e isso já vi muito nos horários de pico ter mais 2 ou 3 profissionais para atender a população”, recomendou.
Já o vereador Demilson Nogueira (Progressistas) afirmou que a intervenção tem trabalhado muito e falou sobre a sugestão da criação de um hospital de campanha, para atender a população da região do Coxipó, em decorrência dos problemas que a unidade de saúde da região ainda enfrenta.
“A saúde ainda tem muito o que fazer, mas não podemos negar os avanços construídos em 90 dias, isso é inegável, agora claro, não tem como oferecer tudo aquilo que a população precisa em 90 dias”, justificou.
O vereador Wilson Kero Kero (Podemos) lembrou que já há algumas semanas vem apontando os problemas da intervenção, que inclusive tomou repercussão na imprensa. “Decisão judicial se cumpre, mas tenho apontado alguns erros, algumas falhas. Até recebi críticas, sempre fiz apontamentos […] está faltando médicos em várias unidades de saúde, tem vários problemas e já tem 90 dias”.
A vereadora Michelly Alencar (União), do mesmo partido do governador Mauro Mendes, defendeu a intervenção e relatou que precisou dos serviços da saúde do município e pôde ver de perto o atendimento.
“Graças a deus pela intervenção, hoje eu também posso desfrutar de um atendimento de qualidade no SUS. Esse final de semana meu marido sofreu acidente de moto e foi levado ao HMC, e eu vi um novo atendimento […] eu pude ver uma diferença sim. Obviamente que nos 90 dias os problemas continuam, nunca escondemos que em 90 dias não seria suficiente para resolver os problemas de anos, os problemas são grandes. Vou vir aqui celebrar sim qualquer avanço que nós tivermos”.
Inicialmente a Justiça determinou a intervenção por 90 dias, no entanto, no último dia 10 de junho o desembargador Orlando Perri prorrogou o prazo para até o dia 31 de dezembro deste ano.
Fonte: gazetadigital.com.br