MT: POLÊMICA NO TJMT: Desembargadora que autorizou vale-ceia ganha mais de R$ 133 mil/mês

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Mais de R$ 90 mil do salário de Clarice Claudino advém de benefícios; valor é 4 vezes maior que o teto constitucional

Clarice Claudino foi a responsável por autorizar o aumento do auxílio-refeição de servidores e funcionários do Tribunal para R$ 10.055

A desembargadora e presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT), Clarice Claudino da Silva – assim como a grande maioria dos desembargadores do Tribunal – tem salário quase quatro vezes maior que o teto constitucional.

Clarice foi a responsável por autorizar o aumento do auxílio-refeição de servidores e funcionários do Tribunal para R$ 10.055 em dezembro, uma espécie de “vale-ceia”.

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Na maior parte dos meses, o salário líquido mensal da desembargadora ficou entre R$ 133 mil e R$ 135 mil.

Em maio e junho, houve um salto para R$ 166 mil.

O aumento é referente a uma compensação extra por “acervo processual”, ou seja, acúmulo de atribuições.

Em 2024, a somatória de todos os rendimentos líquidos da desembargadora chegou a R$ 1,5 milhão.

O teto salarial de magistrados no Brasil é regulamentado pela Constituição Federal.

O valor máximo da remuneração dos servidores públicos é, hoje, de R$ 44 mil, que corresponde ao salário mensal de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No entanto, benefícios como auxílios, verbas de caráter retroativo e décimo terceiro não se submetem a esse limite, permitindo que os rendimentos de magistrados ultrapassem o teto e atinjam os “supersalários”.

A remuneração oficial de Clarice é de R$ 39.717, o restante é advindo desses benefícios.

CNN tenta contato com a desembargadora.

VALE-CEIA – O Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) aumentou o auxílio-alimentação de servidores e magistrados para R$ 10.055 em dezembro.

A decisão foi assinada por Clarice.

Logo depois, o corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, abriu um procedimento interno para apurar o pagamento e suspendeu o benefício por considerá-lo exorbitante.

No entanto, quando o Tribunal de Mato Grosso foi intimado da decisão, os valores estavam no banco para pagamento, o que teria impossibilitado o cumprimento da ordem do CNJ.

A instituição deve ainda deliberar sobre a devolução do dinheiro, que pode ser descontado nos próximos contracheques.

Dados de 2024 apontam que o TJ-MT conta com 39 desembargadores, 285 juízes e mais de seis mil servidores.

Portanto, o pagamento de R$ 10.055 a cada um deles gera uma despesa de mais de R$ 3,2 milhões em apenas um mês.

Fonte:  diariodecuiaba.com.br


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