Presidente do TCE, Sérgio Ricardo classifica as contas como “caixa-preta”. Há dívidas com fornecedores de mais de 2 anos
A situação financeira da Secretaria de Saúde de Cuiabá pode fazer com que a intervenção estadual seja novamente prorrogada.
A informação é do conselheiro Sérgio Ricardo, que classifica as contas do setor como “caixa-preta”.
De acordo com ele, o município tem dívidas com fornecedores de mais de dois anos.
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O conselheiro, inclusive, relatou que empresas decretaram falência devido à falta de pagamento por parte do Executivo Municipal.
“Temos uma situação de dívidas antes da intervenção, outra que aparece durante a intervenção e uma dívida que vai ficar depois da intervenção. Nós temos empresas que se apresentam quebradas, falidas, não recebem há dois ou três anos. Não pode ser assim, o poder público tem que comprar e pagar, não pode dar calote. Existem dívidas que ainda estamos levantando. A dívida da Saúde é uma caixa-preta. Todo dia, se descobre uma coisa, uma dívida”, afirmou o conselheiro, que, na terça-feira (21), tomou sua posse como novo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Com base nesse quadro, o conselheiro disse que a prorrogação da intervenção não está descartada e afirmou que o tema vem sendo debatido junto ao Judiciário de Mato Grosso, desde a semana passada.
Sérgio Ricardo disse que, no decorrer desta semana, deve ampliar o debate, agregando o TCE à equipe de intervenção, liderada pela interventora Danielle Carmona, e também à equipe da Saúde de Cuiabá.
Ele ainda acrescentou que também pretende conversar com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“Vamos estudar a situação atual e queremos saber: o prefeito vai conseguir dar conta de gerir a Saúde de Cuiabá com todas as suas prioridades? Vai dar conta de seguir com o que está sendo feito pela intervenção? Se sim, ela se encerra no dia 31. Se não, pode continuar. Vamos discutir, e estamos discutindo desde semana passada”, reforçou.
O conselheiro garantiu que a prorrogação ou não da intervenção estadual na Saúde Pública de Cuiabá deverá ser definida até o dia 19 de dezembro, juntamente com o Ministério Público Estadual.
Vale ressaltar que a intervenção está prevista para se encerrar no dia 31 de dezembro.
Na semana passada, a própria interventora disse não haver necessidade de se prorrogar a medida, tendo em vista que o seu objetivo foi atingido.
Fonte: diariodecuiaba.com.br