Com o tema “Pelo direito de existir, vote com orgulho”, cerca de três mil pessoas desfilam com muita cor e brilho nas principais ruas e avenidas de Cuiabá, na tarde deste sábado (24). A 19ª Parada do Orgulho Gay de Cuiabá reúne diversas pessoas, de várias idades e orientações sexuais, mas com o mesmo objetivo: lutar contra o preconceito e contra a homofobia.
Adotando um tom mais político, o movimento teve início às 15 horas, na Praça 8 de Abril. Ainda em concentração na praça, a abertura teve shows de artistas regionais. Autoridades do Estado também estiveram presentes na festa.
Após a abertura, o público iniciou uma passeata com trios elétricos pela Avenida Isaac Povoas. O destino final é a Orla do Porto, onde ocorrerá o encerramento com shows de diversos artistas. O cronograma do percurso foi alinhado com a Prefeitura de Cuiabá, o governo do Estado e as secretarias de Segurança, Saúde e Cultura.
“Essa movimento é extrema importância. A nossa presença é para marcar espaço, marcar a nossa existência e, com as proximidades das eleições, é mais importante ainda a gente está aqui. É importante lembrar também que a gente não tem que fazer só essas manifestações, mas também espaço de poder”, disse um dos organizadores, Victor Croviel.
Mato Grosso é o segundo estado com maior índice de mortes violentas contra a população LGBTQIA+. O dado foi divulgado pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBT no Brasil. O índice considera o número de mortes a cada milhão de habitantes em 2021.
No Estado são 3,36, atrás apenas do Alagoas (4,75). Em quantitativo de mortes, Mato Grosso ocupa o 11º lugar no Brasil, com 12 vítimas fatais. Já entre os municípios, Cuiabá está na 7ª posição, com 6 registros. Dentre as causas mais comuns das mortes estão esfaqueamento, tiro e espancamento.
Clóvis Arantes, um dos outros organizadores do evento, pediu mais respeito à comunidade LGBTQIA+. Ele ainda “comemorou” o fato de pertencer à comunidade gay e ainda não ter sido morto.
“Essa é uma das formas da população LGBT mostrar também que somos pessoas e que temos direitos iguais aos heterossexuais. Nós queremos um país justo, livre de preconceito, um país igualitário. Nós somos mortos por sermos homossexuais, qual o problema disso? Eu tenho 51 anos, sou homossexual e felizmente consegui fugir das estatísticas de ser mais um homossexual morto”, comemorou.
Fonte: gazetadigital.com.br