Em Audiência Pública realizada na sexta-feira (15), na Câmara Municipal de Cuiabá, para debater a implantação do Ônibus de Transporte Rápido (BRT), o vereador Luis Cláudio (PP), responsável pelo pedido para o evento, pontuou que a população da capital não foi consultada sobre a mudança do modal, que antes seria Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
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A audiência contou com a presença do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), o Vice-prefeito José Roberto Stopa (PV), o Deputado Federal Emanuelzinho (MDB), além de secretários, vereadores, lideranças comunitárias, dentre outros participantes.
O vereador Luis Cláudio apontou que o traçado original do BRT é o mesmo do VLT, ou seja, o uso do mesmo projeto executivo, contudo, em seguida foi mudado o traçado com BRT passando pela Avenida Getúlio Vargas e Isaac Póvoas. Mas a Sema, solicitou Estudo de Impacto de Vizinhança/Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV/RIV) devido a mudança no traçado.
“A sociedade foi consultada sobre essas mudanças? O estado não discute o traçado. Não se discutiu com os comerciantes de Várzea Grande e agora querem levar o BRT para a Couto Magalhães, depois de todo transtorno aos comerciantes da FEB”.
Tanto o vereador Luis Cláudio quanto os representantes da Prefeitura de Cuiabá trouxeram a reflexão de que o BRT não é a melhor opção para Cuiabá, mas sim o VLT, que é um modal utilizado pelas grandes cidades como Rio de Janeiro, Curitiba, que está trocando o BRT pelo VLT, e o próprio governo da Bahia, que negocia a compra dos vagões abandonados de Cuiabá.
O prefeito Emanuel Pinheiro anunciou que o Deputado Federal Emanuelzinho está articulando em Brasília tentar desenvolver projeto do VLT apenas em Cuiabá.
“Isso está sendo discutido junto com o Governo Federal, é uma tentativa. Tanto eu, quanto o deputado Emanuelzinho, quebramos nossa agenda para estarmos aqui pelo legítimo interesse da população cuiabana e várzea-grandense para debater esse tema. O BRT agride e promove retrocesso. Quem eram os defensores do VLT agora mudaram, o que aconteceu para a mudança tão radical? Vamos jogar R$ 1,2 bilhão fora? O BRT foi sucesso na década de 70 em Curitiba, isso não é modernidade. Eu não vou permitir isso”, afirmou o prefeito dizendo que não vai assinar a autorização das obras do BRT em Cuiabá.
Dentre as reclamações é de que não há projeto sobre o BRT com informações fundamentais de como será o alargamento ou estreitamento das vias, como no caso da FEB que poderá ter apenas uma via para os carros.
“Foi encaminhado o projeto para a Semob, mas precisa de mais dados, de mais informações. Na Prainha precisam de autorização do Iphan, tem imóveis que não podem ser desapropriados, vai ficar uma via apenas? Como serão esses ônibus do BRT? As frotas de ônibus são de nível alto para ingressar dentro das estações de ônibus”, apontou o secretário de Mobilidade Urbana, Juares Samaniego, que também é presidente do Conselho Regional de Engenharia (CREA).
Além disso, ele destacou que o projeto apresentado não é de BRT, mas Veículo Leve sobre Pneus, pois o BRT não permite que outros veículos transitem na linha exclusiva do BRT. “O BRT é uma via segregada”.
O deputado federal Emanuelzinho lamentou a decisão monocrática do Governo em alterar o modal, pois o VLT levaria Cuiabá para o futuro.
“Falta projeto. Eles mudaram o modal sem saber como seria o traçado, como seria a devolução dos vagões”. Também participaram presencialmente da audiência os vereadores Rogério Varanda (MDB) e Sargento Vidal (MDB).
Fonte: gazetadigital.com.br