MT: NOVELA SEM FIM: Prefeitura diz que o BRT vai “estrangular” o trânsito em Cuiabá

MT:  NOVELA SEM FIM:   Prefeitura diz que o BRT vai “estrangular” o trânsito em Cuiabá
Compartilhar

Prefeito Emanuel Pinheiro defende o VLT e sinaliza para a possibilidade de concluir a obra do modal na Capital

Secom-MT
O projeto do BRT, do Governo do Estado, não é aceito pela Prefeitura de Cuiabá

A implantação do sistema de Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) vai estrangular o trânsito em Cuiabá.

A declaração foi dada, na quinta-feira (7), pelo secretário municipal de Mobilidade Urbana, Juares Samaniego, durante a Conferência Municipal Sobre o Modal de Transporte Público (VLT X BRT) realizada pela Prefeitura da Capital.

O evento acontece em meio a decisão do Governo de Mato Grosso em trocar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pelo BRT.

Leia também:

Operação fecha escritório usado para fraudar o fisco estadual

“Na verdade, o que se propõe nem é BRT, mas VLP, é veículo leve sobre pneus. O BRT é faixa exclusiva, ele não pode ter trânsito de nenhum tipo de veículo. O que está sendo proposto é uma faixa exclusiva de ônibus, é o que nós temos aí na cidade, só que seria do lado do canteiro central e, em alguns trechos, vai andar o ônibus normal e o articulado e isso vai causar um estrangulamento do trânsito na cidade de Cuiabá ”, afirmou.

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) voltou a defender o VLT e não descartou a possibilidade de concluir o modal, nem que seja somente na Capital.

“Cuiabá quer o VLT, então, tem alguma possibilidade técnica? Fica o Governo (do Estado) decidir o que quiser, passa os vagões para Cuiabá, Cuiabá faz um traçado aqui, um centro de operações, não sei. É uma pergunta que vou fazer tecnicamente hoje (ontem à tarde) e não sei se é possível. Mas, quero saber porque Cuiabá não pode ser prejudicada”, afirmou.

Durante a conferência, Samaniego rebateu ainda alguns argumentos apresentados pelo Governo do Estado para a troca do modal e afirmou que, por ocasião do debate sobre a escolha do BRT, teve a fala cortada, sendo impedido de mostrar os pontos técnicos sobre os ambos modais.

O secretário afirmou que não existe projeto para construção do BRT, o que deve ser elaborado durante o andamento das obras, caso aconteçam.

“Se eles (Estado) fizeram a licitação no regime RDC novamente, estão cometendo o mesmo erro que se fizeram no VLT. O projeto andando junto com obra. É uma obra com previsão de dois anos, mas não vão fazer (no prazo) porque não tem projeto”, afirmou.

Outro ponto abordado é o fato de, atualmente, todo tipo de transporte público, seja o sistema convencional, BRT ou VLT, ter a passagem subsidiada pelo poder público em vários países. Isso porque o Estado aponta que o BRT terá uma tarifa mais acessível.

“No mundo inteiro o transporte é subsidiado porque a tarifa é composta por tarifa técnica e a pública (valor pago pelo usuário)”, disse Pinheiro. Hoje, por exemplo, a tarifa técnica do transporte coletivo na Capital é da ordem R$ 7,20, mas o passageiro paga R$ 4,95, sendo o restante subsidiado pelo município.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), José Wenceslau de Souza Júnior, se disse favorável ao VLT, usado em países de primeiro mundo. “Nós, somos a favor da população cuiabana e várzea-grandense para que tenha um transporte digno para ir para o trabalho e voltar para casa”, disse. “BRT é um retrocesso”, completa.

Convidado a participar do evento, o Governo do Estado não compareceu e se manifestou anteriormente por meio de nota em que lembra que troca do BRT para VLT ocorreu em 2011 mediante fraude de documentos no Ministério das Cidades, que visavam dar uma falsa viabilidade econômica ao modal.

Cita também a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, homologada pela Justiça e que demonstrou os crimes, fraudes, pagamentos de propina e demais atos de corrupção cometidos entre o poder público e o consórcio responsável pela construção do VLT.

“Por isso, o Governo do Estado rescindiu o contrato com o Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande em 2017, e a rescisão foi mantida em todas as instâncias judiciais, ou seja, é uma decisão irrecorrível”, diz.

Diz ainda que a decisão pela não continuidade do VLT e pela implantação do BRT foi tomada em dezembro de 2020, a partir de estudos robustos e que a decisão foi aprovada no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano do Vale do Rio Cuiabá.

O Estado destaca que foi realizada a licitação para a construção do BRT e a empresa vencedora só não iniciou as obras até o momento por conta de uma ação ingressada pela própria Prefeitura de Cuiabá junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), decisão essa que ainda está pendente de análise colegiada.

VISITA DE COMISSÃO – Ontem), a Comissão de Viação e Transporte da Câmara Federal faz uma vistoria “in loco” às obras inacabadas do modal.

Em Cuiabá, três locais devem ser visitados, sendo um na Avenida Palmiro Paes de Barros, no viaduto que dá acesso à cidade de Santo Antônio do Leverger; outro na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no viaduto Jornalista Clóvis Roberto (UFMT) e na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, próximo ao Viaduto Jamil Boutros Nadaf.

Em Várzea Grande, a vistoria será na Avenida da FEB, próximo ao aeroporto Marechal Rondon. A Comissão é presidida pelo deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA).

A visita foi articulada pelo deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB) o Emanuelzinho, e aprovada na Câmara Federal em maio de 2022.

Orçado em R$ 1,4 milhão, o VLT estava previsto para ser entregue para a Copa do Mundo de 2014.

Fonte:    diariodecuiaba.com.br


Compartilhar
0 0
Happy
Happy
0 %
Sad
Sad
0 %
Excited
Excited
0 %
Sleepy
Sleepy
0 %
Angry
Angry
0 %
Surprise
Surprise
0 %