Magistrado cita que documento foi preenchido em momentos diferentes
A decisão é do último dia 1º de fevereiro. Segundo informações do processo, Ricardo Padilha de Borbon Neves utilizou uma promissória do ano de 2011 para cobrar o valor de Oscar Bezerra na justiça.
Na época, Luciane Bezerra, esposa do ex-deputado estadual, ocupava uma vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) como parlamentar. O ex-deputado, por sua vez, questionou o pagamento por meio de um recurso (embargos à execução), solicitando a realização de uma perícia técnica para averiguar os dados constantes do título de crédito.
Nos autos, Ricardo Padilha de Borbon Neves contou que este foi único negócio realizado com o ex-deputado estadual, e que só realizou o suposto empréstimo a pedido do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), Sérgio Ricardo de Almeida. O trio de personagens citado anteriormente, é investigado em outras ações na justiça que apuram o pagamento de um “Mensalinho” a deputados estaduais da gestão do ex-governador Silval Barbosa, que ficou no poder até o ano de 2014.
Voltando a promissória adulterada, o juiz Jones Gattass Dias rechaçou os argumentos de Ricardo Padilha de Borbon Neves revelando que, segundo uma testemunha, ambos são amigos “há muito tempo” e já realizaram outros negócios. “A explicação dada pelo réu para a origem da nota promissória e, assim, da dívida executada nos autos em apenso não faz nenhum sentido, pois implica em valor considerável a ser repassado a uma pessoa desconhecida, a título de empréstimo, apenas por insistência de um amigo comum”, observou o juiz, ao acrescentar que “de acordo com a testemunha, os litigantes são amigos há muito tempo e já realizaram vários outros negócios, tendo sido pelo menos mais de cinco as operações de factoring por ela testemunhadas, o que melhor se afina às declarações do autor”.
Oscar Bezerra e Ricardo Padilha de Borbon Neves já foram citados na delação do ex-governador Silval Barbosa. No ano de 2017, o ex-governador contou em sua colaboração premiada que Bezerra lhe cobrou R$ 15 milhões no ano de 2015 para “enterrar” a CPI das Obras da Copa.
O dinheiro seria dividido com outros parlamentares. Silval informou que não teria os recursos, o que fez com que ambos negociassem um valor de propina.
Fonte: folhamax.com