Juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), revogou as medidas cautelares impostas a Elenice Ballarotti Laurindo, esposa de Aníbal Manoel Laurindo, apontado como o mandante da morte do advogado Roberto Zampieri em dezembro de 2023. O magistrado considerou que a Polícia Civil não indiciou Elenice pelo crime e, por isso, não há razão para que ela continue com os direitos restringidos.
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No último dia 9 de julho a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indiciou os envolvidos no homicídio de Zampieri, após a conclusão do inquérito. Ficou comprovado o elo entre Aníbal e o intermediário coronel Etevaldo Luiz Cassadini de Vargas, além do vínculo entre Etevaldo e os executores Antônio Gomes da Silva e Hedilerson Fialho Martins Barbosa.
Em coletiva de imprensa o delegado Nilson Farias disse que “os elementos de prova restaram insuficientes para o indiciamento de Elenice Ballaroti Laurindo, motivo pelo qual a autoridade policial não indiciou a investigada”.
O juiz João Bosco Soares da Silva disse, na decisão, que Elenice cumpria 7 medidas cautelares, entre elas a suspensão do passaporte, a suspensão do certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), proibição de manter contato com os outros investigados (exceto seu marido), uso de tornozeleira eletrônica, entre outras.
Porém, como não houve o indiciamento da esposa do fazendeiro, o magistrado decidiu revogar as cautelares.
“Este juízo […] estendeu os efeitos da decisão atinente ao representado Anibal Manoel Laurindo em favor da representada Elenice Ballarotti Laurindo, tendo sido aplicadas as medidas cautelares diversas da prisão […]. Diante da ausência de indiciamento em face da representada, revogo todas as cautelares diversas da prisão impostas à investigada Elenice Ballarotti Laurindo”.
O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.
Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador do crime. O suposto mandante, Aníbal Manoel Laurindo, está solto.
Fonte: www.gazetadigital.com.br