A colação de grau dos formandos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi mantida após decisão da administração superior da instituição, mesmo em meio a greve docente e dos técnico-administrativos em educação (TAEs) das universidades e institutos federais. As solenidades estão previstas para ocorrer no período de 10 a 21 de junho. No mês passado, o comando de greve havia informado que não haveria a cerimônia geral, apenas para casos específicos.
A administração superior da UFMT informou, por meio de nota, que em virtude de possíveis problemas relacionados ao não cumprimento de compromissos financeiros, contrato de trabalho, locação de imóveis e logística dos estudantes graduandos do período 2023/2, a instituição decidiu assumir, por meio de sua equipe, a realização das atividades de colação de grau da UFMT.
A gestão da instituição mantém as datas previstas no Calendário Acadêmico 2023, aprovado pela Resolução CONSEPE-UFMT nº 337/2023, para a colação de grau do período 2023/2.
Ainda conforme a nota, as listas com os nomes dos graduandos aptos a colar grau no período foram publicadas na quarta-feira (5) e estudantes que possuírem débitos deverão procurar a coordenação de curso e solicitar colação de grau extemporânea.
É dito ainda que administração da UFMT faz coro às legítimas reivindicações dos servidores das instituições federais de ensino e ainda convida os representantes das diretorias da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) e do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT (Sintuf/MT) para compor a mesa de autoridades das cerimônias de colação de grau.
De acordo com o representante do comando de greve, André Faust, a decisão foi tomada pelo pró-reitor de ensino de graduação, professor Adelmo Carvalho da Silva, após reunião com o comando de greve. Contudo, ele teria dito na ocasião que sem os técnicos não haveria colação e que não cometeria a ingerência de colocar outros profissionais para fazer o trabalho dos técnicos. A fala foi gravada em áudio e divulgada no perfil dos TAES UFMT.
“O trabalho que deveria ser feito pelos técnicos administrativos em greve, que é a exação curricular, e foi suspenso pelo comando de greve, será assumido por outros profissionais. Nós repudiamos veemente a forma como isso foi feito. […] O professor entende que esse trabalho é uma prerrogativa dos técnicos, que estão em greve legítima, e qualquer movimentação de oposição a esse movimento seria um desrespeito a classe e ao comando de greve. Quando a gestão toma essa decisão para minar o comando grevista, eles fazem isso com consciência de que é um ataque à categoria”, cita.
Ainda segundo André, nunca foi objetivo impedir a colação de grau ou de que os alunos seguissem com a vida além da UFMT e todos que precisassem do diploma poderiam alcançar pela colação de grau especial, que já era prevista.
Ele classificou a decisão como um ataque da gestão contra os servidores. “Nossas ações como grevistas não visam atacar a comunidade, mas de chamar atenção e mostrar ao governo que precisam sentar e negociar. Já é difícil suficiente, eles têm todo poder e demonstraram que não veem problema em estender essa greve por tantos meses, mas na UFMT essa luta tem sido também com a gestão”, complementa.
Ele reiterou que comando não irá participar do convite para a colação, mas deseja que dê tudo certo aos estudantes.
Fonte: gazetadigital.com.br