Petista disse que bolsonarista fugia do debate e demonstrava não ter maturidade para ser prefeito de Cuiabá
Depois de dois blocos com troca de xingamentos e ironias, o debate da Rede Globo nesta sexta-feira (25) para prefeito em Cuiabá foi inviabilizado.
O candidato do PL, Abílio Brunini, passou a usar seu tempo todo de uma vez e impediu a discussão como rival, Lúdio Cabral (PT).
Abílio adotou a estratégia a partir do terceiro bloco.
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Ele tinha oito minutos e meio e usou tudo de uma vez elencando propostas em diversas áreas.
Terminou dizendo “Vote 22”, olhou para Lúdio e ironizou soltando um “boa sorte com seu tempo”.
Na sequência, foi para bancada tomar uma Coca-Cola.
O petista chamou o rival de covarde.
Lúdio acrescentou que ele fugia do debate e demonstrava não ter maturidade para ser prefeito de Cuiabá.
O argumento da falta de preparo é usado contra o candidato do PL durante toda a campanha.
O bloco seguinte, o penúltimo, teve a mesma dinâmica.
Abílio gastou seus cinco minutos de uma vez.
Novamente, o monólogo terminou com a frase usa “boa sorte com seu tempo”.
Na saída do estúdio, disse que agiu desta forma porque o rival estava interessado em brigar.
Lúdio repetiu o argumento da falta de equilíbrio.
Ele declarou que o formato foi criado justamente para estimular a troca de ideias.
Na entrevista depois do debate, acrescentou que o adversário percebeu estar sendo derrotado nos argumentos e preferiu fugir.
“Nos dois primeiros blocos, percebi que ele estava conduzindo para briga. Chegou um momento, falei: ‘Eu não vim brigar'”, disse Abílio Brunini.
“O Abílio é criador de confusão, mas fugiu. Foi covarde. Ficou sentado no corner”, disse Lúdio Cabral
MEDIADORA DE MÃES ATADAS – A situação era atípica, mas Abílio jogava dentro das regras.
O UOL apurou que a organização do debate da afiliada da Globo em Mato Grosso não pôde intervir porque o candidato não fazia nada contra o que foi acordado.
Cada um podia administrar o tempo como desejasse.
Fanfarrão desde o princípio. Abílio foi jocoso desde antes de o debate começar.
Avisando que não podia entrar com o adesivo com seu número, pegou uma caneta e escreveu 22 na camisa.
Uma produtora afirmou que fez isso por “molecagem”, já que foi avisado que o número não apareceria na imagem.
Abílio também fez uma postagem tomando uma garrafa de 2 litros de Coca-Cola, antes do debate.
Nos intervalos do programa, ele tomava mais refrigerante e falava que bebia três litros por dia.
COMEÇO COM XINGAMENTOS – Abílio e Lúdio trocaram xingamentos enquanto houve debate.
Nos dois primeiros blocos, eles usaram voz mansa para dizer coisas duras.
Ambos se trataram por termos como “covarde”, “omisso”, “mentiroso” e “bobo da corte”.
Logo na primeira intervenção, Lúdio disse que o adversário é inexperiente, criador de confusão e ruim de diálogo.
Finalizou dizendo que concorria contra um político que se apresenta como “bobo da corte” da Câmara dos Deputados.
Abílio afirmou que o adversário estava armado para briga.
Com voz calma, pregou apaziguamento, numa tentativa de vincular o rival à agressividade. “Não precisa me agredir”, disse
Lúdio não recuou e o embate virou a tônica do debate.
Mas sempre os candidatos usando voz mansa para destilar ironias e ataques.
Ambos estavam preocupados em afastar a rejeição que costuma ser associada a quem ataca.
Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta sexta aponta Abílio com 48,3% das intenções de votos e Lúdio, com 43,1%.
A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
Fonte: diariodecuiaba.com.br