O promotor de Justiça Mauro Poderoso de Souza, determinou que a Polícia Civil instaure inquérito contra o empresário André Ângelo Bottan, para investigar uma possível perseguição e estupro contra a ex-esposa identificada pelas iniciais E.A.C.B. Em um documento datado no último dia 4 de agosto, o represente do Ministério Público Estadual, direciona a determinação à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá.
Na denúncia, a mulher diz que a perseguição do empresário começou em 2020 e havia parado, mas voltou a acontecer em 2023, e que “não consegue mais lidar com a situação se sentir perseguida, monitorada na sua vida privada e nos lugares que frequenta”, diz trecho.
De acordo com ela, a situação, vem lhe causando vários transtornos e vem inclusive se sentindo ameaçada com receio de andar na rua, principalmente depois dos contornos jurídicos de seu divórcio.
“Que ultimamente tem notado que vem sendo seguida em vários lugares como academ shopping e ultimamente até mesmo na escola das crianças, circunstâncias essas que fizer: recentemente a blindar seu veículo. Que apesar de não conseguir afirmar por quem está sendo seguida, relata que o histórico perseguições e monitoramento iniciaram ainda no final de 2020, quando iniciou conversas sobre divórcio e seu ex-esposo começou a ter atitudes duvidosas que lhe causara medo e abalando profundamente seu psicológico”, relata a mulher.
Em um dos trechos ela conta que no dia 26 de dezembro de 2020 teve seu e-mail invadido e que enquanto dormia, seu ex-esposo vasculhava seu celular e chegou a copiar todas as fotos de sua galeria. “Que passou a seguir a declarante também na academia e na rua quando saia para fazer caminhada”, denuncia.
Em outro trecho da denúncia, a ex-mulher flagrou por meio de câmeras de segurança, o momento que André Angêlo coloca um rastreador de imã embaixo do seu carro.
“Que nesse mesmo dia encontrou um HD com backup de todas as informações do seu notebook que usava para trabalho e uso pessoal. Esclarece que, na mesma ocasião, encontrou também rascunhos de anotações com protocolos de atendimento para a Vivo, o que levava a acreditar que supostamente estaria querendo rastrear seu uso de telefone pessoal, mesmo ambos já tendo tratado sobre o divórcio”, relatou.
Segundo ela, tudo piorou quando recusou a proposta do ex de divisão do patrimônio, ameaçando inclusive tirar a guarda de seus filhos e a mantê-la presa em casa por dias, obrigando-a manter relações sexuais. “Que no mesmo ano, meados de setembro o divórcio foi efetivado, porém de forma conturbada até que as partes chegaram a um acordo judicial, todavia, passados quase dois anos as perseguições voltaram”.
A mulher relata diversas situações em que novamente tem sido perseguida por carros e homens estranhos. Em toda documentação ela apresenta fotos para comprovar sua tese.
“Que toda esta situação que voltou a tona, está lhe causando perturbações, abalos emocionais, que a declarante está se sentindo insegura; e como se aquele filme de terror que viveu estivesse voltando; que a declarante está com muito medo, que mesmo não podendo atestar quem esteja fazendo isso, está se sentindo monitorada, perseguida, impedida de sair normalmente na rua como uma pessoa comum, que a declarante inclusive já se viu obrigada a blindar seu veículo e que precisa de ajuda”, declarou.
A ex-esposa contou inclusive que novamente teme pela vida, e tem receio de sair de casa, que inclusive voltou a tomar remédios antidepressivos por conta da situação.
Fonte: odocumento.com.br