A produtividade em MT está estimada em 15%, abaixo da tendência. O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13%
Os quatro principais estados produtores de soja têm previsão de quebra de safra em razão da seca, aponta a EarthDaily Agro EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.
Ao observar a tendência dos últimos 15 anos, a empresa projeta redução na produtividade da soja em Mato Grosso, em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Mato Grosso, maior produtor do país, revela a pior projeção do período.
Leia também:
Safra de soja 2023/24 deve registrar quebra de 21%, diz Aprosoja
A EarthDaily Agro estima a safra brasileira de soja em 149,2 milhões de toneladas.
“E mesmo com uma estimativa bem inferior à da Conab e USDA, continuamos com o viés de baixa”, afirma Felippe Reis, analista de safra da empresa.
“Em Mato Grosso, o índice de vegetação (NDVI), que possui alta correlação com a produtividade, apresenta evolução muito ruim.
Após dois anos de resultado acima da tendência, o NDVI traz uma curva mais acentuada e desfavorável do que nas temporadas de 2015/16 e 2012/13, quando houve quebra de safra”, explica Reis. Com isso, os dados indicam que a quebra da safra em Mato Grosso seja a pior dos últimos 15 anos.
“A produtividade no Estado está estimada em 15% abaixo da tendência. O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13% abaixo da tendência”, diz o analista.
Para o ciclo atual, a EarthDaily Agro estima 52,12 sacas por hectare (na safra passada foram registradas 62,88 sacas/hectare).
Já em Goiás, a produtividade está projetada em 7% abaixo da tendência dos últimos 15 anos.
O pior resultado ocorreu em 2015 quando ficou 19% abaixo da tendência (em 2016 ficou 5% abaixo da tendência).
Para a safra atual, a projeção é de 60 sacas/hectare (em 2023 foram 65 sacas/hectare).
A seca e queda da umidade do solo tem impactado o desenvolvimento das lavouras em Mato Grosso do Sul.
A estimativa atual é de 57,7 sacas/hectare (na safra passada foram 62 sacas/hectare).
Há previsão de retorno das chuvas e consequente aumento da umidade, mas é preciso monitorar se isso irá acontecer a tempo de alterar esse cenário.
No Paraná, a produtividade encontra-se 2% abaixo da tendência (considerando o período de 15 anos).
“Atualmente, o NDVI está em patamar mais baixo do que em 2019 (10% abaixo da tendência), o que permitiria uma posição ainda mais pessimista. Para o ciclo atual estimamos 57,83 sacas/hectare, sendo que, em 2023, foram 64,3 sacas/hectare)”, aponta Reis.
Fonte: diariodecuiaba.com.br